DIAMANTES – Jornalista percorre o Baixão e mostra o que restou do garimpo da Reserva Roosevelt
Seis anos após o confronto entre índios e garimpeiros na área do Laje o jornalista Luizinho Carvalho retorna ao local para mostrar o que sobroudo sonho brilhante de mais de 3000 garimpeiros que se aventuraram naquela aventura em busca da riqueza. Como o primeiro jornalista a visitar o local após os acontecimentos, vamos mostrar ao mundo a real situação que se encontra a área que muitos costumam dizer ser a mais rica do mundo em produção de diamantes. A nossa visita ao local foi possível graças ao entendimento entre as lideranças e o apoio dos caciques Nocoça Pio e Marcelo Cinta Larga. A realidade do garimpo do Laje será mostrada em um documentário e em vária matérias que iremos produzir e encaminhar aos veículos de informação.
A trilha até o garimpo deixou de existir
Os 34 km que separam a aldeia central do Roosevelt até o garimpo da Grotinha foram percorridos em 2 horas e 40 minutos. O que restou da antiga estrada de ligação, agora é apenas uma trilha no meio da selva desafiando aqueles que tentam nela adentrar. Por duas vezes tivemos que cortar com facão os galhos de arvores que interrompiam a passagem. Em três ocasiões tivemos que fazer uma picada na mata para desviar de arvores que interromperam a estrada. A valente L200 modelo Savana percorreu todo o trecho traçada e reduzida para vencer os obstáculos pela frente.
Este local já teve mais de 2000 garimpeiros trabalhando
O garimpo da Grotinha, considerado o mais movimentado com mais de 2000 garimpeiros no local, hoje é apenas uma grande cicatriz vermelha em contraste com o verde exuberante da floresta Amazônica. Com o fechamento das atividades no dia 21 de junho ultimo, no local restaram apenas carcaças de motores e resumidoras, mangueiras e tambores que comprovam a passagem dos garimpeiros naquele terreno.
A base é composta por indígenas que fazem a segurança do local
Com o fechamento do garimpo, as lideranças mantêm firme o propósito de não mais permitir a volta dos garimpeiros ao local. Para isso foi criada dentro do Projeto Laje, uma base de fiscalização dentro da área de garimpo. Essa base é composta por uma guarnição formada por 20 agentes índios para fiscalizar toda a região de garimpo. Os agentes índios receberam treinamento para fazer a detenção de todo homem branco que for localizado nas proximidades.
Os agentes percorrem o Baixão atrás de invasores
Todos os dias as equipes de agentes saem da base na Grotinha e percorrem com uma viatura toda a região próxima onde no passado houve atividade de exploração de diamantes. Esse trabalho de fiscalização é coordenado pelo ex – cacique Carlão Cinta Larga que além dos agentes índios conta também com apoio de cães farejadores para descobrir vestígios de brancos na área.
Os índios vasculham o terreno atrás de sinais dos garimpeiros.
Durante a fiscalização os guerreiros vasculham as grotas em busca de vestígio da volta de garimpeiros. Segundo Carlão desde o fechamento do garimpo a 06 meses, somente uma vez descobriram vestígio de garimpeiros na área. Com a ajuda dos cães os rastos foram seguidos até o limite da reserva comprovando que os invasores fugiram com medo da presença dos índios.
O futebol é o único lazer no local
Um contraste com a realidade do local. Em meio ao caos que ficou o local após o abandono da área por parte de milhares de garimpeiros, os agentes índios encontraram um espaço para fazer um campinho de futebol onde todas as tardes realizam uma pelada para se descontraírem de mais um dia de trabalho na floresta.
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