segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Minério de ferro terá forte correção por oferta, diz Citigroup

Minério de ferro terá forte correção por oferta, diz Citigroup

O minério de ferro caminha para um forte declínio porque a oferta de qualidade superior do Brasil e da Austrália deverá aumentar, segundo o Citigroup, que combinou sua projeção de queda no segundo semestre com atualizações na perspectiva do banco para os primeiros trimestres do ano. Os ganhos recentes foram respaldados pelo déficit de material de qualidade superior, disseram analistas incluindo Ed Morse em nota recebida na segunda-feira. O banco ampliou sua projeção do primeiro trimestre de US$ 60 para US$ 77 a tonelada, elevou a previsão para o segundo trimestre de US$ 57 para US$ 70 e manteve o número do quarto trimestre em US$ 53.
O minério de ferro subiu no ano passado porque os estímulos do governo da China reforçaram a demanda das importações, impulsionando mineradoras globais como Rio Tinto Group, BHP Billiton e Vale. A alta inesperada foi respaldada por um salto nos preços do carvão, o que ajudou a demanda das usinas por minério de qualidade superior para melhorar sua eficiência. O esforço da China para reprimir a poluição que aumentou o smog também ampliou a demanda dos produtos de alta qualidade, segundo o Citigroup.
O banco estima que “os preços se corrigirão, caindo fortemente no segundo semestre, com 50 milhões a 60 milhões de toneladas por ano de aumento na oferta de minério de alta qualidade do Brasil e da Austrália”, informou na nota de 22 de janeiro. “A produção de minério de ferro chinesa também poderá subir”, diz a nota, citando projeção da MySteel de aumento de 15 milhões de toneladas.
O minério com 62 por cento de conteúdo em Qingdao aumentou 0,9 por cento, para US$ 81,13 a tonelada, na segunda-feira, segundo a Metal Bulletin. Os preços atingiram o maior nível em dois anos em 16 de janeiro, de US$ 83,65, e acumulam alta de 2,9 por cento em 2017 após o aumento do ano passado.
Os estoques de minério mantidos nos portos da China atingiram um recorde de 119,1 milhões de toneladas na semana passada, segundo a Shanghai Steelhome Information Technology. O Citigroup informou que mais de 95 por cento do aumento de 2016 foi provavelmente de material de baixa qualidade, razão pela qual o mercado de alta qualidade continua bastante apertado.
Embora outros analistas como o Barclays também tenham sinalizado o potencial de perdas ao longo de 2017, alguns estão mais otimistas. O minério de ferro provavelmente manterá seu patamar em 2017 e poderá até avançar com o aumento das importações da China, segundo pesquisa com participantes do setor realizada pela Singapore Exchange, que opera contratos de derivativos que ajudam a estabelecer os preços globais.
A alta surpresa do minério de ferro beneficiou as ações das mineradoras. No Brasil, a ação da Vale mais do que dobrou no ano passado e ampliou seus ganhos em 2017. A Rio teve alta em Sidney no ano passado e subiu em todas as semanas de janeiro até o momento.
Fonte: Bloomberg

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