Reaproveitamento de pedreiras abandonadas evita prejuízos e gera novas receitas
Os problemas econômico e social que uma área de pedreira abandonada causam podem ser revertidos e gerar mais receita para a empresa que explorou o local. Para isso, é importante ter a visão de que existem possibilidade concretas de reaproveitamento após o final da lavra. O especialista em recursos minerais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Luis Carlos Zancan Filho, já teve a oportunidade de conversar com os associados do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do RS (Sindibritas) e da Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas), mostrando de que maneira este processo de reutilização da área pode ser colocado em prática.
- Existem exemplos espalhados pelo mundo que nos permitem observar de que maneira pedreiras abandonadas acabaram virando ecoparques, hotéis, condomínios de luxo, teatros ao ar livre e, até mesmo, estádio de futebol, como o da cidade de Braga, em Portugal. Então, é possível levar adiante iniciativas semelhantes no Rio Grande do Sul e no Brasil. As empresas que trabalham com este segmento da mineração devem estar atentas para essa prática – ressalta Luis Carlos Zancan Filho.
O presidente do Sindibritas e da Agabritas, Pedro Antônio Reginato, reforça essa premissa, lembrando que os empreendimentos devem ter foco na integração com as comunidades em que estão inseridos e apostar em ações de recuperação das lavras das pedreiras. - Isso ajuda a evitar problemas comuns com pedreiras abandonadas, como a invasão habitacional clandestina, com risco de queda de material sobre as casas, pessoas e automóveis; a transformação da área em local de desova e desmanche de veículos roubados, de afogamentos, da prática irregular de atividades esportivas e, até mesmo, de homicídios e ponto de tráfico de drogas, O Sindibritas e a Agabritas trabalham essa questão com seus associados, buscando conscientizá-los de que se pode aumentar o valor residual a partir do momento em que a área é recuperada e reaproveitada. Quem sabe possamos ter aqui no Rio Grande do Sul pedreiras que se transformem em ponto turístico – destaca Reginato.
Luis Carlos Zancan Filho também dá algumas dicas importantes sobre o que é possível fazer para reutilizar as pedreiras de forma concreta. Entre elas, o desdobramento dos taludes de configuração final com altura máxima de dois metros e baixa inclinação. Isso diminui o risco de queda de material e de pessoas, facilita a aplicação de solo vegetal sobre toda pedra e a revegetação da área, além de diminuir a erosão. Também é importante evitar a lavra em cavas, mas havendo necessidade disso, que seja pouco profunda.
- Procurar realizar o planejamento do uso futuro da área no PCA da pedreira, em concordância com as normativas dos órgãos ambientais e realizar o projeto de infraestrutura da mina de forma a ser compatível, aproveitável e definitiva ao futuro empreendimento pós término da lavra, também são iniciativas que trarão resultados efetivos – enfatiza o especialista do DNPM.
Vale lembrar que a aquisição da área evita conflitos com os superficiários e a compra e cercamento de áreas adjacentes a pedreira ajuda na segurança do local, impedindo roubos, instalação de moradias clandestinas e acidentes.
O exemplo de Minas do Camaquã
Na localidade de Minas do Camaquã, pertencente ao município de Caçapava do Sul, distante cerca de 320 quilômetros de Porto Alegre, uma pedreira desativada virou um centro de esportes de aventura, o Minas Outdoor Sports.
O local, idealizado pelo empresário de Caçapava do Sul, Marcelo Spode, é um parque temático de aventura ao ar livre, com toda estrutura necessária para desenvolver uma gama de atividades ligadas ao ambiente natural. É possível percorrer trilhas interpretativas, fazer passeios de bicicleta, de caiaque, a cavalo, além da prática de tirolesa, arvorismo, escalada e rapel, bem coimo conhecer as galerias no interior da terra de onde os mineiros extraíam toneladas de materiais em tempos passados.
O Minas Outdoor Sports surgiu em um local onde a atividade mineradora foi protagonista por mais de 100 anos e que deu origem a região. O parque está localizado em meio ao vilarejo que pertenceu a empresa responsável pela mineração na área. Em 2015 conquistou o Prêmio ABNT de Excelência em Normalização, na categoria Destaque Pequenos Negócios. Também é certificado no Sistema de Gestão de Segurança (SGS), em atividades de turismo de aventura.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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