Viagens no tempo são possíveis?
As teorias da Física não impedem a possibilidade de viagens no tempo, mas dizer que um evento é possível não significa que ele seja executável.
As teorias da Física não impedem a possibilidade de viagens no tempo.
A possibilidade de viajar no tempo e reviver o passado ou conhecer o futuro sempre intrigou as pessoas e foi tema de muitos filmes e histórias em quadrinhos. Alguns filmes marcaram a história apresentando a possibilidade de viagens temporais. São exemplos os longas De volta para o futuro (1985), A máquina do tempo (2002), Camisa de força (2005), Casa do lago (2006), O homem do futuro (2011) e Interestelar (2014).
As teorias da Física não excluem a possibilidade de viagens no tempo, mas existe uma grande diferença entre a possibilidade natural e ter condições de executar um evento. Ser possível não significa ser executável.
Continuum espaço-tempo
A Física analisa o tempo como sendo uma quarta dimensão. Assim, observamos e interagimos com altura, largura, profundidade e tempo. As dimensões temporais e espaciais estão diretamente conectadas. O espaço e o tempo estão entrelaçados e englobam todo o universo, formando o chamado continuum espaço-tempo.
O tempo não é absoluto
Adota-se a ideia de que o tempo é algo absoluto, que sempre progride da mesma maneira para todos os pontos no universo. A teoria da relatividade, proposta por Einstein em 1905, mostra a relatividade do tempo para observadores em condições distintas. Assim como um objeto é percebido de forma distinta por observadores em diferentes posições, o tempo pode ser analisado em diferentes perspectivas. Um minuto marcado na Terra não é equivalente a um minuto em todos os lugares no universo.
Teoricamente existem algumas maneiras de alterar o continuum espaço-tempo e fazer com que o tempo seja percebido de forma diferente por diferentes observadores.
I. Acelerar a velocidades próximas à da luz
Ao acelerar um corpo em velocidades próximas à da luz (3,0 x 10 8 m/s), o tempo transcorrerá de forma mais lenta. A dilatação do tempo propõe que um observador em movimento com velocidade próxima à da luz sempre marcará intervalos de tempo inferiores a um observador em repouso.
II. Posicionar-se nas proximidades de um buraco negro
A gravidade pode deformar o continuum espaço-tempo e gerar alterações nas percepções temporais de um possível observador. Se fosse possível posicionar um observador próximo a um buraco negro sem que ele fosse engolido, a intensa gravidade geraria distorções no espaço-tempo de forma que o observador poderia enxergar toda a eternidade.
A gravidade modifica o espaço-tempo.
Quanto maior a gravidade, menor será a percepção do tempo em virtude das distorções geradas no espaço-tempo.
III. Utilizar um buraco de minhoca
Os buracos de minhoca são uma espécie de funil entre dois pontos muito distantes no espaço-tempo. Ao entrar em um desses buracos, o viajante seria levado para um lugar no espaço e no tempo muito distantes. Os buracos de minhoca são possibilidades teóricas. Não existem comprovações experimentais profundas de sua existência.
Representação de buraco de minhoca.
Viajar no tempo
As viagens no tempo não ocorreriam como nos filmes, em que um portal é aberto e, como em um passe de mágica, viaja-se pelo espaço-tempo. O que realmente aconteceria seria a percepção temporal diferente para dois observadores distintos.
Imagine um astronauta que vagou pelo espaço em uma nave com velocidade próxima à da luz por um ano. Ao voltar para a Terra, referencial parado, setenta anos de sua partida teriam se passado. Assim, podemos considerar o astronauta como um viajante do tempo.
Se as viagens temporais fossem realmente possíveis, deveriam existir leis naturais que impedissem que um viajante alterasse a sua história ou que garantissem que as alterações feitas pelo viajante sempre resultassem no mundo deixado por ele.
Frente a todas as implicações, podemos entender que uma viagem no tempo é algo extremamente improvável.
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