Estímulos elétricos para tratar a depressão
TRATAMENTOCientistas da USP trabalham numa nova técnica para tratar a depressão. Trata-se de uma estimulação no cérebro feito através de correntes elétricas.
Hoje, a depressão já é reconhecida como uma doença, não mais por um problema psicológico. Sabe-se que áreas do cérebro que produzem substâncias como a serotonina deixam de trabalhar naturalmente e a pessoa se sente extremamente triste por um longo período de tempo, além de outras características que levam a pessoa “ao fundo do poço”.
Em vista disso, depois de avaliado por psicólogos e psiquiatras, as pessoas depressivas passam a tomar medicamentos antidepressivos que regularizam os níveis dessas substâncias e que funcionam muito bem.
Como uma alternativa aos medicamentos, ou complementar a eles, cientistas da Universidade de São Paulo estão trabalhando numa nova técnica para tratar a depressão. Trata-se de uma estimulação no cérebro feita através de conduções elétricas que fazem com que a área do cérebro que produz essas substâncias, volte a trabalhar.
Os eletrodos geram uma corrente elétrica de baixa intensidade que atravessa o córtex, a região mais superficial do cérebro, durante 20 a 30 minutos seguidos, e desse modo ajuda a restabelecer o funcionamento normal dos neurônios.
É um avanço importante, mas não significa que vamos usar amanhã na prática clínica. Precisamos de mais estudos -Brunoni.
Ainda hoje existe certo receio dos pacientes com relação à terapia feita com correntes elétricas. Porém, os aparelhos, que geralmente são produzidos na Alemanha, não contém risco algum. O paciente não sente dor. Em um estudo feito com 120 pacientes do Hospital Universitário, o tratamento foi tão eficaz e seguro quanto remédios. Durante a pesquisa, as conduções elétricas quando combinados com os remédios, tiveram um resultado ainda melhor.
Segundo o chefe e psiquiatra André Brunoni, o sucesso do projeto ainda precisa ser confirmado por exames de imagem, mas os pesquisadores acreditam que os estímulos elétricos atuem em áreas onde os medicamentos podem não chegar.
O estudo de estimulação magnética transcraniana não é novidade, pesquisas em humanos para depressão e esquizofrenia são feitas desde a década de 1960.
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