Estrangeiros reativarão mina da MMX até meados deste ano
Há dois anos, afetada pela crise que se alastrou pelo grupo empresarial de Eike Batista, a MMX Sudeste decretou recuperação judicial e vendeu a mina do Ipê, localizada na divisa de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, na região metropolitana. Os novos donos – a holandesa Trafigura e a Mubadala, dos Emirados Árabes – já preparam a retomada das operações. A previsão é de que a mina volte a funcionar em meados deste ano, e os preparativos para as contratações trazem ânimo para a região, com a expectativa de 200 empregos diretos.
Só no ano passado, Brumadinho, que tem 40 mil habitantes, registrou 2.508 demissões. Diante desse cenário, o secretário municipal de Ação Social de Brumadinho, Valcir Carlos Martins, está confiante na ativação da economia. “Quando as atividades forem retomadas, toda a cidade vai se movimentar com comércio e serviços. Para cada emprego, outros dois devem ser gerados.”
As contratações já começaram. “Assim que soubemos que a mina seria reaberta, procuramos a Mineração Morro do Ipê e conseguimos fechar uma parceria para garantir que pelo menos 70 empregos fossem destinados a moradores de Brumadinho. Chegamos a encaminhar 525 currículos, e 90 entrevistas já foram feitas. O Sine, que estava parado há muito tempo, tem encaminhado cerca de três pessoas por dia”, comemora.
A Mineração Morro do Ipê não informou a data de reinauguração. Mas as prefeituras de Brumadinho e Igarapé e o presidente da MMX, Ricardo Werneck, confirmaram. “Tudo está andando em um ritmo bastante interessante, o que indica que a mina voltará a funcionar no primeiro semestre”, diz Werneck. A mina faz parte do complexo Serra Azul, adquirido pela MMX em 2007. Segundo o presidente da MMX, a produção atingiu o pico em 2012. “Nessa época, a produção era de 6 milhões de toneladas de minério de ferro e tínhamos mais de mil pessoas trabalhando”, lembra.
Em 2012, Eike Batista conseguiu licença para expansão. A promessa era quadruplicar a capacidade de produção e alcançar 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A promessa animou os comerciantes e os prestadores de serviços, que se empolgaram e investiram para crescer junto com a mina. Mas, em vez de crescimento, ficaram as contas para pagar.
Com a crise na petroleira OGX, em 2013, os bancos fecharam as portas para o grupo EBX. Em 2014, a mina foi embargada pelo Ministério Público Estadual. Para piorar, o preço do minério despencou, e a MMX Sudeste decidiu parar as atividades. Para conseguir dinheiro e pagar os credores, a saída foi colocar os ativos à venda.
A mina foi vendida por R$ 70 milhões. Outros R$ 70 milhões serão pagos em royalties. Alguns credores aceitaram receber participação na sociedade como parte do pagamento. E tem ainda fazendas e terminais de carga à venda. “Isso tudo dá pouco mais de 30% do valor total da dívida, que é de R$ 675 milhões. O restante foi perdoado pelos credores”, explica Werneck.
Fonte: OTEMPO
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