terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Estrangeiros reativarão mina da MMX até meados deste ano

Estrangeiros reativarão mina da MMX até meados deste ano

Há dois anos, afetada pela crise que se alastrou pelo grupo empresarial de Eike Batista, a MMX Sudeste decretou recuperação judicial e vendeu a mina do Ipê, localizada na divisa de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, na região metropolitana. Os novos donos – a holandesa Trafigura e a Mubadala, dos Emirados Árabes – já preparam a retomada das operações. A previsão é de que a mina volte a funcionar em meados deste ano, e os preparativos para as contratações trazem ânimo para a região, com a expectativa de 200 empregos diretos.
Só no ano passado, Brumadinho, que tem 40 mil habitantes, registrou 2.508 demissões. Diante desse cenário, o secretário municipal de Ação Social de Brumadinho, Valcir Carlos Martins, está confiante na ativação da economia. “Quando as atividades forem retomadas, toda a cidade vai se movimentar com comércio e serviços. Para cada emprego, outros dois devem ser gerados.”
As contratações já começaram. “Assim que soubemos que a mina seria reaberta, procuramos a Mineração Morro do Ipê e conseguimos fechar uma parceria para garantir que pelo menos 70 empregos fossem destinados a moradores de Brumadinho. Chegamos a encaminhar 525 currículos, e 90 entrevistas já foram feitas. O Sine, que estava parado há muito tempo, tem encaminhado cerca de três pessoas por dia”, comemora.
A Mineração Morro do Ipê não informou a data de reinauguração. Mas as prefeituras de Brumadinho e Igarapé e o presidente da MMX, Ricardo Werneck, confirmaram. “Tudo está andando em um ritmo bastante interessante, o que indica que a mina voltará a funcionar no primeiro semestre”, diz Werneck. A mina faz parte do complexo Serra Azul, adquirido pela MMX em 2007. Segundo o presidente da MMX, a produção atingiu o pico em 2012. “Nessa época, a produção era de 6 milhões de toneladas de minério de ferro e tínhamos mais de mil pessoas trabalhando”, lembra.
Em 2012, Eike Batista conseguiu licença para expansão. A promessa era quadruplicar a capacidade de produção e alcançar 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A promessa animou os comerciantes e os prestadores de serviços, que se empolgaram e investiram para crescer junto com a mina. Mas, em vez de crescimento, ficaram as contas para pagar.
Com a crise na petroleira OGX, em 2013, os bancos fecharam as portas para o grupo EBX. Em 2014, a mina foi embargada pelo Ministério Público Estadual. Para piorar, o preço do minério despencou, e a MMX Sudeste decidiu parar as atividades. Para conseguir dinheiro e pagar os credores, a saída foi colocar os ativos à venda.
A mina foi vendida por R$ 70 milhões. Outros R$ 70 milhões serão pagos em royalties. Alguns credores aceitaram receber participação na sociedade como parte do pagamento. E tem ainda fazendas e terminais de carga à venda. “Isso tudo dá pouco mais de 30% do valor total da dívida, que é de R$ 675 milhões. O restante foi perdoado pelos credores”, explica Werneck.
Fonte: OTEMPO

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