terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PEDRAS PRECIOSAS NO BRASIL

PEDRAS PRECIOSAS NO BRASIL

A história da mineração no Brasil, como atividade socioeconômica, começa no século XVII, com as expedições chamadas Entradas e Bandeiras, que vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata e cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas).
Já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo, em áreas que foram desmembradas, mais tarde, nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Assim,o eixo econômico e político deslocou-se para o centro-sul da colônia, e o Rio de Janeiro tornou-se sede administrativa, além de porto, por onde se escoavam as riquezas e onde aportavam os navios vindos da Europa, trazendo os produtos manufaturados e os funcionários da coroa, encarregados de cobrar os impostos.
Para fugir desta cobrança, o contrabando aumentou, imensamente, e a administração portuguesa criou as estradas reais, únicos caminhos legais para a circulação das riquezas, com as famosas Contagens, Registros etc.
O chamado Caminho Novo (do Caes Pharoux a Diamantina, e sua Variante do Proença) vai nos interessar, pois passa pela antiga Fazenda Belmonte, hoje Fazenda da Samambaia, de propriedade de Jean-Charles Barreto Góes, locação da filmagem de nossa entrevista.
O principal centro produtor de diamantes foi o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), na Comarca do Sêrro do Frio, início da Estrada Real (ou final).
Finalmente, toneladas e mais toneladas de ouro, bem como quantidades incalculáveis de diamantes e pedras preciosas coloridas foram mandadas para a Europa, mas não serviram para engrandecer o estado português, que endividado, entregou a quase totalidade de suas riquezas, para saldar suas dividas com a Inglaterra, beneficiando a revolução industrial inglêsa.
Havia também muita falta de critério e técnica na extração do material de valor gemológico, bem como em serrar, formar, facetar e polir, o que diminuía o valor da gema no mercado. Era um enorme desperdício!
Países como, Israel (Tel-Aviv), Alemanha (Idar-Oberstein), Bélgica (Antwerpen), Holanda (Amsterdam) e Japão (Tokyo), longe de serem províncias gemológicas, são centros pedristas e joalheiros da maior importância e, constroem máquinas de lapidar automáticas computadorizadas, que produzem dezenas de pedras bem lapidadas por vez, bem como instrumentos e aparelhos de uso em expertise gemológica, de altíssima qualidade, analógicos e digitais, como microscópios de imersão e espectrômetros de fluorescência de raios X, espectrômetros Raman, espectrômetros de absorção entre 300 e 1000 nm, espectrômetro UV VIS NIR etc. constituindo-se em centros mundiais importantíssimos nesse ramo, que possuem laboratórios gemológicos, altamente, refinados como a Suíça (Lucerna,E.J. Gübelin), que passa muito longe de poder ser catalogada como uma província gemológica da magnitude do Brasil.
No Brasil, ainda se perde tempo com a lapidação manual, onde são muitas as imperfeições, além dos baixos preços alcançados, por isso, no mercado.
No Brasil não existe uma bolsa de pedras preciosas, por incrível que pareça, fazemos negócios na Bolsa do Panamá!
Sendo o Brasil uma província gemológica da maior relevância no mundo, repito, já se fazia tardar a criação de um laboratório especializado como o LAPEGE (Laboratório de Pesquisas Gemológicas), dispondo de tecnologia de ponta, sem dever nada aos de outros países adiantados, nessa área.
O CETEM (Centro de Tecnologia Mineral do MCTI) – Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação), sob a regência de uma diretoria esclarecida, tornou isso uma realidade. Mas, tal só aconteceu 514 anos após o descobrimento do Brasil!
Caso o Brasil venha optar por seguir a política acima enunciada, poderá vender suas gemas 20, 30 ou 50 vezes mais caro, gerando em poucos anos receitas que beiram a casa dos trilhões. Na crise econômico-financeira em que se enredou, isso seria de enorme ajuda, requereria, porém, muito estudo em gemologia, técnicas avançadas de lapidação, industrialização e comercialização, para competir com os grandes centros do comércio de gemas e jóias, anteriormente citados, em países desprovidos de riquezas geológicas, mas muito ricos em cidadãos, patriotas, produtivos e diligentes, há séculos comprometidos com esse mister.

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