sexta-feira, 3 de março de 2017

Bovespa sobe 1,41% com alívio com cena política; Banco do Brasil é destaque de alta

Bovespa sobe 1,41% com alívio com cena política; Banco do Brasil é destaque de alta

sexta-feira, 3 de março de 2017 19:02 BRT
 
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Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira, com investidores deixando as preocupações com a cena política local em segundo plano, em um pregão marcado por fortes ganhos nas ações do Banco do Brasil.
O Ibovespa subiu 1,41 por cento, a 66.785 pontos. Na semana mais curta por causa do Carnaval, o índice teve variação positiva de 0,19 por cento. O giro financeiro foi de 7,02 bilhões de reais.
A cautela com a cena política local deu uma trégua neste pregão, com investidores avaliando que o andamento das delações no âmbito da operação Lava Jato ainda não está afetando o avanço de medidas vistas como importantes para a retomada da economia, incluindo a reforma da Previdência.
Essa percepção foi reforçada por uma reunião do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e com o secretário de Previdência, Marcelo Caetano. Após o encontro, o deputado defendeu que a proposta de reforma da Previdência seja votada com os pontos enviados pelo governo, apesar de reconhecer que a regra de transição para os contribuintes é "sempre polêmica".
Na véspera, o receio de que as delações da Odebrecht poderiam atingir o núcleo do governo do presidente Michel Temer e atrasar as reformas levou o Ibovespa a recuar 1,7 por cento.
"Hoje teve conversa entre Maia e Meirelles e parece que as coisas estão avançando, então, por enquanto, não compromete o avanço (das medidas)", disse o economista da corretora Guide Investimentos Ignacio Crespo Rey.
O tom positivo no mercado acionário ganhou apoio na reta final nas declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen. A líder do banco central norte-americano disse que uma alta de juros este mês seria apropriada se os dados de emprego e inflação continuarem evoluindo em linha com as expectativas.
"Ela ratificou a possibilidade de alta de juros, mas sem indicar algo mais forte", disse o analista da Um Investimentos, Aldo Moniz, acrescentando que uma alta dos juros neste mês já vinha sendo precificada pelos mercados após declarações recentes de outras autoridades do Fed.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON avançou 4,87 por cento, liderando os ganhos das ações do setor bancário. Em reunião com analistas na véspera, o presidente do banco reforçou o foco na rentabilidade, levando analistas do Itaú BBA a elevar o preço-alvo para as ações do banco estatal para 36,5 reais, ante 31,5 reais. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,82 por cento e BRADESCO PN ganhou 2,36 por cento.
- USIMINAS PNA subiu 4,43 por cento, fechando na máxima do dia, a 5,19 reais. Logo após o fechamento do pregão, a empresa divulgou que os acionistas da subsidiária Mineração Usiminas aprovaram redução do capital social em 1 bilhão de reais, movimento que vai render 700 milhões de reais à Usiminas.
- VALE PNA fechou estável, enquanto VALE ON avançou 1,14 por cento, em sessão marcada por alguma volatilidade nos papéis. As ações da mineradora têm registrado oscilações expressivas nas últimas sessões, em meio ao movimento dos preços do minério de ferro e com especulações sobre quem irá substituir o presidente-executivo, Murilo Ferreira, que vai deixar o posto em maio, quando termina seu contrato.
- PETROBRAS PN ganhou 1,39 por cento e PETROBRAS ON teve alta de 0,63 por cento, em linha com os preços do petróleo no mercado externo, com o dólar mais fraco incentivando a compra da commodity, e também após as quedas expressivas das ações da petroleira no pregão anterior.
- CEMIG PN avançou 4,96 por cento, COPEL PNB subiu 3,09 por cento, e ELETROBRAS ON teve alta de 3,03 por cento, em sessão positiva para as elétricas após dados mostrarem que o consumo de energia elétrica no Brasil em janeiro cresceu 2,8 por cento ante o mesmo mês do ano passado.
- PDG REALTY, que não faz parte do Ibovespa, subiu 5,95 por cento, após a Justiça aceitar o pedido de recuperação judicial da empresa.

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