sexta-feira, 3 de março de 2017

Mineradoras chinesas planejam volta após salto de preços

Mineradoras chinesas planejam volta após salto de preços

O salto dos preços do minério de ferro pode levar os produtores chineses a reabrir minas fechadas há anos durante um período de baixa do setor, restringindo potencialmente o mercado do maior importador de minério de ferro do mundo para fornecedores marginais estrangeiros. Um renascimento poderia ajudar as siderúrgicas chinesas a cortar os custos de importação de matérias-primas, aumentando as margens em meio ao aumento dos preços do aço.
Se for produzido mais minério domesticamente, as usinas poderiam utilizar isso como moeda de barganha para conseguir contratos de importação em melhores condições de fornecedores como a Vale, Rio Tinto e BHP Billiton, dizem operadores. O crescimento do mercado chinês de aço levou o minério de ferro a 94,86 dólares a tonelada no mês passado, maior valor desde agosto de 2014. Com a expectativa de que Pequim estimule os gastos com infraestrutura, o preço da matéria-prima deve subir ainda mais, tornando a produção nacional mais viável.
“Algumas mineradoras de ferro chineses estão planejando uma volta e a reabertura de suas minas”, disse Pan Guocheng, chefe da mineradora de tamanho médio China Hanking Holdings Ltd. Enquanto os preços baixos levaram ao fechamento de mais de um terço da capacidade de produção de minério de ferro da China desde 2013, Pan espera que quase metade dessas minas volte a funcionar –se o preço permanecer acima de 80 dólares por mais seis meses.
Hanking está considerando agora reiniciar uma das três minas que fechou durante o período de baixa da commodity. “Se o preço ficar alto”, disse Pan, “vamos reavaliar seriamente se a mina deve ser reaberta”. Uma onda de reabertura de minas não representará nenhuma ameaça imediata para a Vale, Rio Tinto e BHP Billiton, gigantes que fornecem material de primeira qualidade que é essencial no mix usado em altos-fornos de usinas siderúrgicas. Além disso, as regras ambientais mais rígidas de Pequim podem tornar a vida difícil para o regresso das minas, alertam os analistas.


Fonte: Exame

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