sexta-feira, 3 de março de 2017

O SÉCULO XVIII E A JÓIA-ESPETÁCULO

O SÉCULO XVIII E
A JÓIA-ESPETÁCULO


O Barroco traz para a joalheria, no século XVIII, o gosto pela opulência na utilização do ouro e dos diamantes e de gemas como os rubis, as esmeraldas e as safiras. A religiosidade que marcou os períodos anteriores esvazia-se lentamente. As jóias, que até então se caracterizavam pela ornamentação com gemas coloridas e esmaltes, passam a ganhar uniformidade, preferindo a exploração decorativa em torno de uma só gema, na maioria das vezes. Surge, então, a "jóia-espetáculo": as jóias passam a ser utilizadas como ostentação pública de riqueza, poder ou credo religioso.Em Veneza, no início do século, a lapidação de diamantes se sofistica com a invenção da lapidação em brilhante. Até então, a lapidação em rosa era a mais apreciada, onde o diamante era talhado somente na superfície visível superior da gema. Com a lapidação em brilhante e suas facetas dispostas de modo geométrico, a gema passa a ter maximizado brilho, cor e fogo, refletidos pela luz. O aparecimento da lapidação em brilhante não se deve somente ao avanço das técnicas de lapidação, mas principalmente ao novo conceito teatral que a jóia passa a ostentar.
O joalheiro mais procurado é aquele que consegue fazer cravações as mais discretas possíveis, de preferência despercebidas ao olhar, e a prata é o metal preferido para cravar diamantes porque, quando bem polida, confunde-se com eles. Apesar do diamante ser a gema preferida por excelência nesta época, rubis, esmeraldas, pérolas e safiras também foram grandemente apreciadas na joalheria do século XVIII.
Outras gemas, de menor valor comercial mas de grande efeito decorativo, ornamentaram também as jóias de design naturalista inspirado nos jardins tão apreciados deste século barroco: citrinos, topázios, ametistas e cristais-de-rocha. Estes últimos eram muitas vezes lapidados em brilhante e forrados por folhas de prata na montagem da jóia, para se assemelharem aos diamantes.

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