PRATA (Ag)
Prata (Ag)
Prata é um elemento químico puro, metálico, que no estado natural apresenta-se branco e brilhante. No sistema periódico dos elementos, pertence ao grupo de metais de transição e se enquadra na família do cobre e do ouro. Seu símbolo químico, Ag, deriva de argentum (prata, em latim). Dúctil e maleável, de fácil manipulação química e mecânica, a prata é o metal de maior condutibilidade elétrica e calorífica. Na fabricação de dispositivos condutores, no entanto, a indústria dá preferência ao cobre, por ser mais econômico. A prata não oxida em contato com o ar, exceto quando ele contém gás sulfídrico, caso em que escurece. Quando polida, possui excelente capacidade de reflexão. De atividade química discreta, reage com os ácidos nítrico e sulfúrico, com o enxofre e com os derivados deste. Seus sais têm valência um ou dois, pois os átomos de prata compartilham, em combinações, igual número de elétrons.
Material nobre usado na confecção de jóias, moedas e objetos de culto, a prata, que serviu como padrão monetário até a primeira guerra mundial, é também muito utilizada na indústria, sobretudo na fabricação de películas sensíveis para fotografia e radiografia.
A prata nativa aflora em superfícies rochosas, às vezes em filões de grande massa e riqueza. Encontra-se principalmente na argentita, bromargirita, cerargirita, proustita, pirargirita e galena (sulfureto de chumbo). Todas as galenas contêm entre 0,01 e 0,05% de prata, mas só recebem o nome de argentíferas quando seu teor de prata supera 0,5%.
As primeiras civilizações provavelmente obtinham o metal por copelação, nome que se dá ao processo de fusões sucessivas em forno (copela) para separar a prata. Atualmente processa-se o metal por amalgamação, cianetação ou como subproduto da metalurgia do cobre e do chumbo. A amalgamação consiste, basicamente, na pulverização da prata nativa, do sulfureto ou do cloreto de prata. À mistura acrescenta-se cloreto de sódio e calcopiritas. A mistura é dissolvida em mercúrio, o que resulta em um amálgama, do qual se destila a prata metálica. A adição de cianureto de sódio ao minério de prata triturado e queimado com cloreto de sódio resulta em cianureto de prata. Este, filtrado e tratado com zinco ou alumínio, precipita o metal puro no fundo do recipiente. Dos processos de purificação do chumbo ou do cobre resultam resíduos de prata, ouro e outros metais que se separam por tratamento químico ou eletrólise.
A prata obtida industrialmente é quase sempre impura, com um a dois por cento de outros metais, como cobre e chumbo. Pode-se obter prata de extrema pureza por meio de copelações sucessivas, por eletrólise ou em laboratório. Para a obtenção de prata pura em laboratório, dissolve-se a prata impura com ácido nítrico e trata-se a solução obtida com ácido clorídrico, o que provoca a precipitação do cloreto de prata. Funde-se então o cloreto com carbonato de sódio e dissolve-se em água o produto da fusão, ficando a prata em estado metálico.
Mais dura que o ouro e mais mole que o cobre, a prata em estado metálico tem amplo emprego nas artes e na indústria. É utilizada na produção de objetos de adorno, decoração e uso doméstico, e na fabricação de joias, medalhas e moedas. Em joalheria, é muito usada na preparação de ligas de ouro. Em liga com o cobre, que lhe confere maior dureza, é empregada na produção de moedas. Na indústria é utilizada na fabricação de material de laboratório, como cápsulas, pinças e cadinhos, e para espelhar vidros e pratear utensílios. A partir do metal, produzem-se sais de prata para variadas aplicações, em especial na análise química, fotografia e radiologia.
O brometo de prata é aplicado especialmente em fotografia, na fabricação de placas de gelatina e papel fotográfico. O cloreto de prata é usado na fabricação de papel fotográfico e na preparação da chamada prata molecular. O nitrato de prata é empregado na preparação de grande número de compostos, em fotografia, espelhagem e análise química. Em medicina, o nitrato de prata fundido com nitrato de potássio é aplicado para cauterização de tecidos esponjosos e na preparação de muitos produtos farmacêuticos, pois sua propriedade oxidante o torna útil como desinfetante.
Nos últimos anos do século XX o México, Peru, Estados Unidos e Canadá eram os grandes produtores mundiais. Somente a Rússia, com suas reservas nos Urais e na Sibéria, produzia quantidades comparáveis. O Brasil é importador de prata, pois sua produção, que provém do refino do ouro de Morro Velho e das metalurgias de chumbo e zinco, é pequena.
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