domingo, 16 de abril de 2017

A esmeralda

A esmeralda

A esmeralda é uma gema sobre a qual se podem escrever páginas e páginas, ou falar horas a fio. Seja por sua história milenar, seja pelo seu grande valor como gema, ou ainda por suas características gemológicas, que incluem sofisticados processos de síntese e de tratamento, ela ocupa merecidamente lugar de destaque no estudo das pedras preciosas.
Pelas limitações desse espaço, porém, apresentamos apenas algumas de suas caracte-rísticas mais marcantes, que não podem ser ignoradas por quem aprecia as gemas ou a esmeralda em particular.
Como a água-marinha e o heliodoro, a esmeralda é uma variedade do mineral chamado berilo.  Ela tem cor verde, em tom médio a escuro, devida à presença principalmente de cromo. Segundo o Gemological Institute of América (GIA), a esmeralda deve ter pelo menos 0,1% de óxido de cromo (Cr2O3), do contrário será simplesmente berilo verde. Este é o caso de certos berilos brasileiros cuja cor verde se deve ao vanádio.
No estado bruto, forma cristais prismáticos, hexagonais, translúcidos a transparentes, de brilho vítreo. Tem dureza 7,5 a 8,0 e densidade relativa 2,70.
O cromo, que lhe dá cor verde, entra na composição do berilo substituindo o alumínio. Isso enfraquece a estrutura cristalina do mineral, o que explica as abundantes fraturas, características da esmeralda, que impedem que se consigam gemas perfeitamente límpidas, a não ser muito pequenas, com uns poucos quilates.
É usualmente encontrada em rochas como micaxistos e pegmatitos e apresenta freqüentemente inclusões de mica, pirita (carvão), tremolita, cloreto de sódio, calcita ou ainda água ou gás carbônico. A presença de inclusões de pirita, mica, gás ou água é indício seguro de que a esmeralda é natural e não sintética. O estudo dessas inclusões é muito importante, pois permite, não apenas determinar se a gema é natural, mas também, muitas vezes, de que país ela provém.
O filtro de Chelsea, um dos equipamentos usados para identificação de esmeralda. Mostra que esta gema, vista através dele, fica vermelha, o que só ocorre com poucas pedras preciosas verdes (por ex. demantóide e zircão). Se a cor vermelha for muito viva, trata-se de esmeralda sintética.
A esmeralda é geralmente lapidada em um tipo facetado próprio, chamado de lapidação esmeralda, cuja mesa é retangular ou quadrada, com os cantos cortados. Pode ser lapidada também em cabuchão e pêra.
Essa gema já era comercializada 2.000 anos antes de Cristo, na Babilônia (atual Iraque), mas foi rara até à época do Renascimento, quando se descobriram as jazidas sul-americanas. Entre as esmeraldas que se tornaram famosas, estão a “Kakovin”, a “Imperador Jehangir”, a “Hooker” e a “Devonshire”.
Os principais produtores são a Colômbia, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia, Madagascar e Brasil. As primeiras minas de esmeralda surgiram no Egito, mas já não há produção nesse país. O Brasil tomou-se, na década de 1980, importante produtor, com a sua produção concentrada em Goiás (Santa Teresinha de Goiás) e na Bahia (Carnaíba) e Salinha (Sr.Arpad Szuecs proprietário do alvará). Em Minas Gerais (Santana dos Ferros), também há esmeralda.
A lapidação é feita no Rio de Janeiro e em São Paulo, principalmente. É um trabalho quase exclusivamente manual, usando-se mecanização apenas para as gemas mais pobres.
A esmeralda é um dos três minerais-gema mais valiosos (os outros são o rubi e o diamante), em razão de sua cor, principalmente. As gemas de melhor qualidade (excelente ou ex-tra), com 5 a 8 ct, podem valer até US$ 5.600 por quilate. Gemas de mesmo peso com qualida-de média variam de US$ 100 a US$ 580/ct.
Em decorrência do seu alto valor, a esmeralda vem sendo sintetizada e imitada há bastante tempo. Em caráter comercial, a produção começou em 1940 nos EUA (Califórnia), com Carrol F. Chatham, mas a primeira vez que foi sintetizada foi em 1935, na Alemanha, pela I.G. FarberIndustrie. Até hoje, EUA e Alemanha são os principais produtores. Ao contrário do que acontece com outros minerais, toda a produção de pedras sintéticas destina-se à joalheria.
A esmeralda pode ser confundida com turmalina verde, dioptásio, demantóide, diopsídio, hiddenita, grossulária, uvarovita e peridoto.
Ela costuma ser lavada com ácidos para remover impurezas localizadas nas fraturas que se ligam ao exterior e, a seguir, imersa em óleos ou resinas, visando a avivar sua beleza natu-ral.  Nunca se deve usar ultra-som para essa limpeza.

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