Anglo American vai investir R$ 1 bilhão em Minas Gerais
No comando da Anglo American Brasil há menos de um ano, o engenheiro Ruben Fernandes prepara-se para fazer um novo investimento da companhia em Minas Gerais. Fernandes aguarda somente a aprovação da licença de instalação da fase 3 do Projeto Minas-Rio para aplicar R$ 1 bilhão no Estado. “A partir de julho deste ano, a licença ambiental sai, e aí disparamos esse investimento ao longo de um ano, de julho deste ano até julho do ano que vem”, disse Fernandes, depois de fazer palestra para empresários mineiros durante o Conexão Empresarial, da VB Comunicação, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
As obras serão realizadas em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, na região Central. Assim, a capacidade da Anglo American em julho de 2018 será de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro. Ao ser questionado se tem mercado para justificar essa produção, Fernandes disse que sim, pois o produto da Anglo American é diferenciado e com agregação de valor. “Tem um segmento de mercado importante e que é carente, o de ‘pellet feet’ (minério fino para pelotização)”, explicou o executivo, que está no grupo desde 2012.
Com a produção concentrada em Minas Gerais, a companhia tem no Estado seu principal ponto no Brasil, segundo Fernandes. “O maior investimento da Anglo American no mundo foi feito em Minas Gerais”, afirmou o engenheiro.
Contratações. Com 2.000 empregados próprios e mais 3.000 terceirizados nas operações de minério de ferro, Fernandes contou que novas contratações vão acontecer com a autorização da área ambiental do Estado para aumentar a produção em Minas Gerais. “Existe uma perspectiva de ajustar o quadro de trabalho”, confirmou o executivo.
Sobre o volume de novos empregados, o presidente disse que a companhia ainda está dimensionando esse número necessário. “Depende da licença (ambiental). Assim que tiver a garantia da licença, começaremos, se Deus quiser, mas vai haver as contratações”, garantiu. Atualmente, o minério de ferro da Anglo American Brasil é destinado a países da Ásia e do Oriente Médio. “É vendido para quem fabrica pelota, para a produção de aço, no mercado siderúrgico, no mercado internacional”, informou.
Produção e preço. A produção da mineradora em Minas Gerais, em 2016, foi de 16,1 milhões de toneladas de minério. “Estamos vendendo normalmente”, comemorou Fernandes, apesar das oscilações de preço no mercado da commodity.
Com momentos de exuberância na cotação, como o próprio Fernandes se referiu ao valor de US$ 215 por tonelada em 2008, a cifra atingiu o fundo do poço no início do ano passado, quando bateu nos US$ 50. Agora, o patamar é de US$ 90 a tonelada. “Mas vai reverter ao longo do ano, vai abaixar, acho que chegamos a uma média de US$ 60 no ano de 2017. Nos próximos dois anos a tendência é que fique nesse patamar médio. Claro que tem uma oscilação de chegar a US$ 80 e voltar para US$ 60”, analisou.
Mesmo assim, Fernandes disse que vale a pena fazer uma nova rodada de investimento para produzir e vender mais minério. “Somos competitivos no mercado, temos um custo de produção abaixo disso”, disse Fernandes, sem revelar números.
Níquel
Permanência. Com a produção de 44,5 mil toneladas de níquel distribuídas em Barro Alto e Niquelândia, em Goiás, Ruben Fernandes garantiu que esse negócio continuará no Brasil.
GRANDES NÚMEROS
26,5 mi toneladas é a previsão da Anglo a partir de 2018.
16,1 mi toneladas de minério foia produção em 2016 da Anglo.
ESTRUTURAS
– Para a fase 3 do Projeto Minas-Rio da Anglo American serão feitas obras para ampliação da capacidade das estruturas de escritórios, da frente de lavra, da usina de beneficiamento e da contenção de rejeitos.
– Serão implantadas outras estruturas, como diques de contenção de sedimentos e uma nova flotação na planta de beneficiamento de minério de ferro.
“A partir de julho deste ano, a licença ambiental sai, e aí disparamos esse investimento (de R$ 1 bilhão na fase 3 do Projeto Minas-Rio) ao longo de um ano, de julho deste ano até julho do ano que vem.” Ruben Fernandes, presidente da Anglo American Brasil
Fonte: O TEMPO
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