Garimpeiros deverão se cadastrar em cooperativa para explorar mina que tem atraído milhares de pessoas na Bahia
Equipe do Departamento Nacional de Produção Mineral fez visita a jazida, que fica em Sento Sé, no norte do estado. Processo de legalização foi iniciado
Os garimpeiros interessados em explorar a jazida de ametistas descoberta há cerca de 20 dias, na cidade de Sento Sé, região norte da Bahia, terão que se cadastrar em uma cooperativa do município. A decisão é do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que iniciou o processo de legalização da mina e autorizou a atividade no local.
Na quarta-feira (17), técnicos do departamento foram até a jazida para fazer uma análise da área, do subsolo e da situação do trabalho dos garimpeiros. A mina tem atraído milhares de pessoas até cidade. As pedras são comercalizadas por R$ 500 a R$ 3 mil.
Segundo informações do secretário de Meio Ambiente de Santo Sé, Izmar Souza, uma cooperativa já existe no município desde 2008. A organização está reunindo documentos, com dados da cooperativa e de integrantes, para entregar a DNPM, e deve apresentá-los ao órgão em 15 dias. Nesse período, os garimpeiros não serão impedidos de extrair na mina.
Izmar explica que depois que o DNPM estiver com toda a documentação, são necessários, ao menos, 90 dias para avaliação dos dados. Ainda não há uma data definida para conclusão da análise.
"O processo começa com a solicitação de uma cooperativa ou de uma pessoa interessada em obter um registro de permissão de lavra garimpeira. A partir daí, com toda a documentação e dados que integrem o processo, [a mina] começa a ter uma vida dentro do departamento de produção mineral”, explicou Adiel Veras geólogo do DNPM.
O secretário de Meio Ambiente, Izmar Souza, disse que antes mesmo da vista do órgão, a região já estava sendo fiscalizada pela secretaria. O objetivo é evitar que os garimpeiros destruam a vegetação da caatinga de forma desordenada.
Ainda segundo Souza, a cooperativa que vai atuar vai fazer o cadastro dos trabalhadores até a próxima semana.
O presidente da cooperativa, José Evangelista, disse que a priordade é que o trabalho seja feito com segurança. "Nós vamos orientar os garimpeiros, trabalhando com segurança máxima possível. Isso vai ser importante para gente", disse.
Descoberta de jazida
A mina fica na Serra da Quixaba, a cerca de 54 km do centro de Sento Sé, e não possui infraestrutura, mas isso não tem preocupado garimpeiros de todo o país, que lotaram os hotéis e pousadas do município para tentar achar ametistas no local. O valor do aluguel de imóveis passou de R$ 400 para R$ 1.500, em média.
Desde que a mina foi encontrada, no final do mês de abril, pelo menos oito mil pessoas passaram pela cidade. Para chegar à jazida, é preciso seguir por mais 50 km em uma estrada de terra de difícil acesso, e subir os três mil metros de altura até o topo da Serra da Quixada, onde está localizada a jazida.
Por enquanto, no garimpo tudo é improvisado, desde o espaço de mineração às negociações. O preço do quilo varia de R$ 500 a R$ 3 mil reais. A qualidade das pedras encontradas na região já chegou a surpreender quem trabalha no ramoa há mais de 20 anos, como Elson Pimentel, que lapida pedras na cidade.
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