As ostras são animais que pertencem ao filo chamado de Mollusca, cuja classe é Bivalvia, cujo formato da concha é dividido em duas partes, conhecida como valvas, possuindo a união através de um ligamento, que junta uma parte a outra. Na natureza, são os únicos animais com capacidade para a produção de pérolas, objetos especiais muito apreciados pelas mulheres e ainda por joalheiros.
Porém, apesar de haver diversas espécies de ostras, não são todas elas que conseguem fazer a produção das pérolas, sendo que aquelas que as produzem são chamadas de ostras perlíferas, e pertencem a família Pteriidae (que se reproduzem em água salgada) e Unionidae (que vivem em água doce).
A Formação Das Pérolas
O processo de formação de uma pérola, que também é chamada de Margarita, acontece em razão da penetração de algumas substâncias, ou pequenas partículas, como a areia ou ainda os microrganismos, como os vermes, entre a concha e seu manto, ocorrendo em apenas algumas espécies de ostras. Em um ataque ao corpo estranho que se alojou no seu interior, o manto da ostra secreta diversas camadas de madrepérola ou nácar; uma substância composta por pectatos formados por carbonato de cálcio, em forma de cristais de aragonita, que desempenham a função de defender o organismo.
De forma natural o processo confere um brilho à superfície da concha, e da mesma forma age com a pérola, que ao contrário de outras pedras preciosas encontradas, não necessita de polimento ou lapidação, pois a natureza já se encarrega disso.
Pérolas Cultivadas e a História Das Pérolas
A pérola é descrita há muitos séculos como sendo uma joia rara e cheia de mistério, por isso, tornou-se fonte de desejo de muitas pessoas. Os escritos mais antigos, os quais fazem menção à pérola, datam de cerca de 2000 anos a.C.
A palavra atual que designa a pérola é originária do Latim, pirla, que vem do diminutivo de pira, em referência à forma alongada das pérolas nos pendentes. Para os povos Romanos a pérola era bem mais que uma simples joia, era um símbolo do amor e chamavam-lhe Margarita.
No entanto, com o passar dos anos, a exagerada busca pelas lindas pérolas, bem como a poluição das águas levou quase que ao esgotamento todo o recurso existente das peças, por todo o mundo. Atualmente, o mercado das pérolas é abastecido quase todo com as pérolas de cultura, ou seja, aquelas fabricadas a partir de indução artificial.
Estas pérolas que são cultivadas artificialmente têm todo o processo feito a partir de em ostras produtoras de pérolas, nas quais é inserida uma bolinha envolvida por um fragmento de manto extraído de outra ostra, só que mais jovem. Nela se cria uma pérola, brilhante e também com alto valor no mercado de joias.
Constituição Das Pérolas
As pérolas, como já dissemos, são produzidas por organismos, ou seja, os moluscos, que sobrevivem tanto em águas doces quanto em águas salgadas. Os moluscos que produzem as pérolas mais importantes são as ostras que vivem em águas salgadas e os mexilhões, que vivem em águas doces.
Segundo diversos autores especializados em moluscos, o processo natural de formação das pérolas tem início a partir da invasão de uma substância estranha no interior da ostra, causando-lhe uma profunda irritação, desencadeando a reação que visa o isolamento do invasor, o que inclui também a produção de uma secreção que recobre totalmente o corpo estranho. Os cristais que o isolam dispõem-se sobre ele em camadas finas e sobrepostas com a conchina e é esta estrutura é a responsável pela característica brilhante da joia.
A Cultura Das Pérolas
Vários japoneses, ao final do século XIX, tentaram uma série de experiências que conduziram a técnicas mais modernas do cultivo de pérolas. Entre os mais reconhecidos estava Kokichi Mikimoto, que mesmo não tendo sido o primeiro a desenvolver o método chamado de produção de pérolas esféricas, foi sem dúvida um dos pioneiros, como também o líder na produção de pérolas em água salgada. Ele ajudou a desenvolver uma indústria que visa a compra de pérolas por diversas pessoas ao redor do mundo.
Nas pérolas produzidas artificialmente em água salgada é introduzido dentro de cada ostra um núcleo redondo, quase sempre uma madrepérola, junto a um excerto de tecido de outra ostra. No processo, o pedaço de tecido irá desencadear a produção de nácar, por parte da ostra hóspede, que envolverá o núcleo que dará origem à pérola.
Depois de enxertadas, as ostras são depositadas em um tipo de cesto, que é mergulhado nas águas, num ambiente natural, porém, a determinadas profundidades. Durante o procedimento de cultura das pérolas há uma grande parte das ostras que rejeitam o núcleo, outras morrem e apenasuma pequena parte chega ao objetivo de produção das pérolas.
A quantidade certa de nácar de cada pérola dependerá em grande parte do tempo que o molusco teve para chegar até a produção; cada camada que é formada corresponde à produção ocorrida durante uma determinada estação do ano. Por isso, quanto mais tempo as ostras tiverem para produzir o nácar, maior será a qualidade serão das pérolas.
A espessura do nácar é a responsável por preservar a cor natural da peça, como também o brilho e a beleza da pérola, que vai além de apenas uma camada muito fina de nácar que pode facilmente se descamar com o uso, deixando o núcleo à vista, ficando a pérola muito danificada e feia.
As ostras consideradas mais importantes na produção de pérolas são aquelas pertencentes ao gênero Pinctada, que vivem em ambientes bem definidos. Quase sempre podemos agrupar as pérolas em três grupos distintos, de acordo com a origem:
- as conhecidas como pérolas japonesas ou ainda pérolas de cultura Akoya, são originárias da ostra Akoya cujo nome científico é o de Pinctada Imbricata; elas também vivem em águas da Coreia, Hong Kong, China, e ainda no Sri-Lanka;
- as pérolas de cultura dos mares do sul ou australianas vêm de espécies maiores, conhecida como de lábio branco, e ainda Pinctada Máxima;
- as mais famosas e raras são as pérolas negras do Tahiti e as das Ilhas Cook que são produzidas pelas ostras de lábio negro, também conhecidas como Pinctada Margaritifera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário