Prazo para troca de ações preferenciais da Vale termina nesta sexta-feira
O investidor que não converter as ações da Vale pode ficar com um ativo pouco negociado nas mãos e perder a valorização potencial dos papéis ordinários, que dão direito a voto, afirmam especialistas ouvidos pela Folha. O prazo para a troca termina nesta sexta (11).
A conversão dos papéis faz parte da reestruturação societária da mineradora, que busca ingressar no segmento Novo Mercado da Bolsa brasileira, de governança mais rígida.
Pelos termos anunciados, cada preferencial vai valer 0,9342 ação ordinária. A mudança deve atrair investidores estrangeiros, mais acostumados a negociar ações que dão direito a voto, afirma Pedro Galdi, analista chefe da Magliano Corretora.
Essa entrada de novos investidores pode impulsionar as ações ordinárias, avalia Felipe Silveira, analista da corretora Coinvalores. “A tendência é que a ação preferencial perca liquidez [facilidade de negociação] e que as ações ordinárias subam no longo prazo.”
A avaliação é a mesma de Luiz Francisco Caetano, analista da Planner Corretora. “Ele muito provavelmente vai deixar de acompanhar a valorização das ações ordinárias, que deve ocorrer. Qualquer investidor racional vai querer ficar com a ação de maior liquidez, mais ligada às expectativas de retorno da empresa”, complementa.
Aqueles que quiserem manter a ação preferencial podem ter dificuldade de vender o papel, afirma Galdi, da Magliano. “O acionista vai ficar com um papel pouco negociado. Quando ele quiser vender, pode não encontrar quem compre”, ressalta.
MUDANÇA POSITIVA
Analistas avaliam que a conversão será positiva para os acionistas da Vale. “Todos os acionistas terão direitos iguais. A transformação da Vale em uma corporação pura, sem um grupo controlador definido, elimina qualquer possibilidade de interferência do governo, o que é positivo para a empresa”, afirma Caetano, da Planner.
Pela reestruturação, um investidor só poderá ter 25% do capital da Vale. Quem quiser ter mais precisará fazer uma oferta para comprar a fatia de todos os demais acionistas.
O acionista que ainda não fez a conversão deve procurar a corretora para realizar os trâmites. Algumas casas já não permitem mais fazer a troca, caso de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Mas clientes de Santander e XP Investimentos ainda podem optar pela conversão.
Segundo a empresa, já houve adesão para a conversão de 72,2% das ações preferenciais em circulação. O percentual mínimo para a implementação do plano era de 54,09%.
Fonte: Folha de São Paulo
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