Vale deixa de ter controlador definido
Privatizada em 1997, a Vale entra agora em uma nova era, passando a ser uma “corporation”, isto é, uma companhia sem controlador definido. Isso passa a valer a partir da incorporação da Valepar – holding que reúne o bloco de controle formado por fundos de pensão estatais, BNDESPar, Bradespar e Mitsui -, prevista para ocorrer ainda nesta segunda-feira.
“A partir desta noite a Vale deixa de ter controlador definido”, afirmou o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em teleconferência.
O executivo disse que o sucesso da operação afasta o fantasma da interferência de governo e seus impactos sobre a Vale. Durante a campanha pela conversão, Schvartsman foi bastante incisivo ao afirmar que a presença estatal exercia um enorme potencial de destruição de valor na Vale.
“Uma vez que houve a conversão, esse assunto está plenamente resolvido. Seguramente tudo que estava sendo feito era como medida preventiva, não que houvesse qualquer tipo de interferência indevida. Muito bem-vindo o governo como acionista minoritário”, disse.
Depois de a mineradora alcançar um porcentual de 84,4% de conversão voluntária de papéis preferenciais em ordinários, encerrada na última sexta-feira, a Valepar passou a ter 44% das ações com direito a voto, porcentual bem abaixo dos 51% que caracterizariam o controle da companhia.
Schvartsman explicou que os 44% já embutem o prêmio de 10% aos controladores acertado na reestruturação societária. Segundo ele, quando todas as PN forem convertidas esses acionistas terão, juntos, 41% das ações.
Os antigos membros da Valepar terão que obedecer um período de “lock-up” de seis meses. Nesse período, eles não podem se desfazer das ações no mercado. Um novo acordo de acionistas será assinado, vinculando 20% das ações desse grupo e com validade até 2020.
Fonte: Exame
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