terça-feira, 12 de setembro de 2017

Delatores se comprometem a devolver R$ 7,8 milhões em diamantes de Cabral

Delatores se comprometem a devolver R$ 7,8 milhões em diamantes de Cabral



O Globo

RIO — Os doleiros Marcelo e Renato Chebar, delatores do esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), firmaram o compromisso de repatriar cerca de R$ 7,8 milhões em diamantes e ouro guardados em cofres no exterior. A devolução, parte do acordo de colaboração premiada assinado no início do ano, foi possível agora após a assinatura de um acordo de cooperação jurídica entre o Ministério Público Federal (MPF) e autoridades suíças.
Segundo os operadores financeiros, os diamantes pertenciam a Cabral, e a compra foi um mecanismo de lavagem do dinheiro oriundo do esquema de corrupção. A defesa do ex-governador, ao longo dos processos decorrentes dos desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio, vem negando que o ex-governador tenha ordenado a compra de joias e diamantes como forma de lavar o dinheiro.
Há ainda um saldo de US$ 74 mil (em torno de R$ 229.400) pendentes na conta Winchester Development no banco BSI, também na Suíça. A instituição bancária exigiu um prazo de 90 dias para liberar o saldo, alegando uma precaução contra eventuais débitos vinculados aos irmãos Chebar.
Uma outra parcela maior — US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,2 milhões — está travada na Banca Privada d’Andorra (BPA), que está sob intervenção. O MPF já estuda os mecanismos para a assinatura de um acordo que torne possível a devolução também deste montante.
Os diamantes que serão devolvidos estavam guardados em um cofre perto do Hotel New Midi, em Genebra — estes avaliados em € 1.008.708 (R$ 3,7 milhões) — e em outro cofre no aeroporto da cidade suíça — US$ 1.054.989,90 (R$ 3,3 milhões). Há ainda 4,5 kg de ouro, com a cotação aproximada de US$ 250 mil (R$ 775 mil).
Os delatores já devolveram cerca de R$ 300 milhões. Quando o saldo da conta judicial estava em R$ 270 milhões, R$ 250 milhões foram transferidos ao governo do estado para o pagamento da folha salarial de servidores. Depois desta movimentação, mais R$ 26 milhões foram repatriados, a maior parte do Prosperity Fund, que era mantido no LGT Bank, na Suíça. Ao todo, no acordo de delação, os irmãos Chebar se comprometeram a devolver US$ 101.465.294,80 (cerca de R$ 314,5 milhões, de acordo com a cotação de quarta-feira).

Fonte:  O Globo

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