quarta-feira, 27 de setembro de 2017

País precisa rediscutir sua relação com a atividade mineradora

País precisa rediscutir sua relação com a atividade mineradora


O governo revogou o decreto que extinguia a Renca, a reserva mineral, na Amazônia. Mas o momento exige mais. É preciso uma nova relação do país com a mineração, discutir o papel dela no desenvolvimento brasileiro. O Bom Dia Brasil iniciou uma série de reportagens sobre o desastre de Mariana mostrando o descuido, o desrespeito e o crime ambiental naquele caso.
O ministro das Minas e Energia disse que a tragédia de Mariana foi uma fatalidade. Isso não é verdade. Foi falta de cuidado e de proteção. De lá para cá, as mineradoras responsáveis empurraram o problema para a fundação Renova. As companhias, ao invés de melhorar as condições da atividade, fazem lobby no Congresso para flexibilizar ainda mais as regras do setor. Não pretendem melhorar a segurança. Os responsáveis, por exemplo, não querem a obrigação de montar um plano de contingência. Mesmo com toda a repercussão sobre o que houve em Mariana, tentam barrar a exigência de um seguro para a atividade.
A indústria da mineração, se quiser permanecer no país, precisa provar que vai proteger o meio ambiente e as pessoas, e que isso vai trazer desenvolvimento. A população de Minas Gerais conhece bem os efeitos negativos da exploração mineral. O Pará, onde hoje são exploradas as minas de Carajás, tem o 22º PIB entre os estados do país; em 1940, antes da mineração, ocupava a 8ª posição.
O governo revogou o decreto que extinguia a Renca após a reação negativa, e disse que a população não entendeu o objetivo da proposta. Na realidade, as pessoas reagiram porque entenderam claramente a intenção do governo. Nas regiões onde existe, a exploração mineral coloca em risco o meio ambiente.
País enxergou o risco de extinção da Renca

Fonte: O Globo

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