Os rios sempre foram um marco na História da Humanidade. As primeiras civilizações humanas surgiram às margens de rios como o Tigre, Eufrates, Nilo, Indo e tantos outros. Através dos rios os povos obtinham seus meios de defesa, divisão territorial, alimentação, transporte, comunicação, comércio, energia, irrigação, água potável que os possibilitava sobreviver e desenvolver. Algumas vezes eram também fontes de grandes infortúnios como enchentes e secas devastadoras. Mas havia sempre grande respeito e reverência aos rios. Lendas, músicas e histórias guardam a memória da relação de homens e seus rios. No Brasil não foi diferente: o povoamento deu-se ao longo dos rios e muitas são as histórias que os cercam. Hoje contaremos um pouco de uma delas, a do Rio das Velhas.
“Que grande parte da história de Minas não se terá desenrolado nas margens do Rio das Velhas? E que mundo de segredos não estarão escondidos no fundo de suas águas profundas?" Lúcia Machado de Almeida IN: Passeio a Sabará
O nome Rio das Velhas já carrega consigo uma lenda. A tradição popular diz que o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno, ao se aproximar do rio, deparou-se com três velhas índias acocoradas em suas margens nas proximidades de Sabará. O poeta Cláudio Manoel da Costa registrou em um de seus poemas (Égloga Arúncio) esse encontro e atribui ao Governador Antônio de Albuquerque a escolha deste nome.
O Rio das Velhas é o maior afluente do São Francisco e todo o seu curso (cerca de 761 Km) está dentro do território de Minas Gerais. Sua nascente fica em Ouro Preto de onde parte como uma serpente, com grande sinuosidade rumo ao norte do estado.
Parte de seu curso atravessa uma região calcária com características bastante atípicas – o Carste de Lagoa Santa. O rio é alimentado por ribeirões subterrâneos; lagoas surgem e desaparecem “misteriosamente”, como a famosa Lagoa do Sumidouro. Quanta surpresa e lendas esses fatos devem ter gerado...
A tão sonhada e perseguida descoberta de ouro no Brasil ocorreu no vale do Rio das Velhas e dele partiu outras rotas de descobrimento de veios auríferos no vale de diversos afluentes do São Francisco. Às margens do Rio das Velhas surgiram os primeiros povoamentos de Minas Gerais que cresciam a cada dia com a chegada maciça de desbravadores atraídos pela riqueza da mineração. Muitos foram os cientistas e viajantes naturalistas que passaram pela bacia do Rio das Velhas ao longo dos séculos e o descreveram em seus relatos: Rugendas, Richard Burton, Saint Hilaire, Spix e Martius, Peter Lund e outros. Riqueza de uns, miséria de outros. Tributação de uns, contrabando de outros. Sonhos de uns, pesadelos de outros. O Rio das Velhas como testemunha de todos.
Conflitos entre bandeirantes, Guerras e Inconfidências, motins de escravos, criação de Quilombos, exploração por naturalistas estrangeiros, transferência da capital da Antiga Vila Rica (Ouro Preto) para Belo Horizonte, desenvolvimento das cidades e atividades econômicas poluidoras. O Rio das Velhas foi cenário de todas essas Histórias.
Mesmo quando ocorreu o esgotamento da mineração, outras atividades desenvolveram na região, como a pecuária e a agricultura. Junto com estas novas atividades, o processo de ocupação e degradação prosseguiu, sobretudo pelo desmatamento para a formação de pastos e para a implantação de monoculturas
Sempre que passo pelo Rio das Velhas e o vejo ali poluído, desrespeitado e recebendo dejetos que o matam lentamente a cada dia, penso: Que seres são estes que destroem e pagam com a morte aquele que é sua fonte de vida? O que estarão pensando as três velhas índias acocoradas em suas margens sobre nossa atitude “civilizada” frente a nossa grande riqueza natural?
“Que grande parte da história de Minas não se terá desenrolado nas margens do Rio das Velhas? E que mundo de segredos não estarão escondidos no fundo de suas águas profundas?" Lúcia Machado de Almeida IN: Passeio a Sabará
O nome Rio das Velhas já carrega consigo uma lenda. A tradição popular diz que o bandeirante paulista Bartolomeu Bueno, ao se aproximar do rio, deparou-se com três velhas índias acocoradas em suas margens nas proximidades de Sabará. O poeta Cláudio Manoel da Costa registrou em um de seus poemas (Égloga Arúncio) esse encontro e atribui ao Governador Antônio de Albuquerque a escolha deste nome.
O Rio das Velhas é o maior afluente do São Francisco e todo o seu curso (cerca de 761 Km) está dentro do território de Minas Gerais. Sua nascente fica em Ouro Preto de onde parte como uma serpente, com grande sinuosidade rumo ao norte do estado.
Parte de seu curso atravessa uma região calcária com características bastante atípicas – o Carste de Lagoa Santa. O rio é alimentado por ribeirões subterrâneos; lagoas surgem e desaparecem “misteriosamente”, como a famosa Lagoa do Sumidouro. Quanta surpresa e lendas esses fatos devem ter gerado...
A tão sonhada e perseguida descoberta de ouro no Brasil ocorreu no vale do Rio das Velhas e dele partiu outras rotas de descobrimento de veios auríferos no vale de diversos afluentes do São Francisco. Às margens do Rio das Velhas surgiram os primeiros povoamentos de Minas Gerais que cresciam a cada dia com a chegada maciça de desbravadores atraídos pela riqueza da mineração. Muitos foram os cientistas e viajantes naturalistas que passaram pela bacia do Rio das Velhas ao longo dos séculos e o descreveram em seus relatos: Rugendas, Richard Burton, Saint Hilaire, Spix e Martius, Peter Lund e outros. Riqueza de uns, miséria de outros. Tributação de uns, contrabando de outros. Sonhos de uns, pesadelos de outros. O Rio das Velhas como testemunha de todos.
Conflitos entre bandeirantes, Guerras e Inconfidências, motins de escravos, criação de Quilombos, exploração por naturalistas estrangeiros, transferência da capital da Antiga Vila Rica (Ouro Preto) para Belo Horizonte, desenvolvimento das cidades e atividades econômicas poluidoras. O Rio das Velhas foi cenário de todas essas Histórias.
Mesmo quando ocorreu o esgotamento da mineração, outras atividades desenvolveram na região, como a pecuária e a agricultura. Junto com estas novas atividades, o processo de ocupação e degradação prosseguiu, sobretudo pelo desmatamento para a formação de pastos e para a implantação de monoculturas
Sempre que passo pelo Rio das Velhas e o vejo ali poluído, desrespeitado e recebendo dejetos que o matam lentamente a cada dia, penso: Que seres são estes que destroem e pagam com a morte aquele que é sua fonte de vida? O que estarão pensando as três velhas índias acocoradas em suas margens sobre nossa atitude “civilizada” frente a nossa grande riqueza natural?
Fonte: Trem da História
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