O Brasil tem tradicionalmente ocupado uma posição de destaque na produção mundial de ouro. Durante o ciclo do ouro, entre 1700 e 1850, o Brasil foi o maior produtor mundial chegando a produzir 16 toneladas anuais provenientes principalmente de aluviões e outros depósitos superficiais explorados pelos bandeirantes na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. Foi também nesta região que se instalou a primeira mina subterrânea do Brasil – Mina do Morro Velho – operada pela St John Del Rey Mining Co. Desde o inicio de sua operação em 1834, até hoje produziu 470 ton de ouro representando aproximadamente 25% da produção brasileira acumulada no mesmo período.
Fonte: DNPM
Foi somente a partir dos anos 1980, com a descoberta da jazida de Serra Pelada, que a produção brasileira saltou de cerca de 20 ton para mais de 100 ton anuais no final da década de 1980 (ver gráfico acima sobre o histórico de produção de ouro no Brasil desde 1700). Este crescimento foi fomentado pela forte tendência de aumento do preço do ouro no mundo que chegou a atingir mais de US$1000,00 a onça troy em 1980 (1 onça troy = 31,10 gramas).
Estima-se que a produção do ouro acumulada a partir de 1980, proveniente de garimpos e minas tenha atingido mais de 1.250 toneladas, o que representa mais da metade da produção histórica do país estimada em aproximadamente 2.000 ton. Nesse período o Brasil experimentou a maior taxa de crescimento (12%) na produção de ouro no mundo.
Este crescimento, no entanto, é atribuído exclusivamente ao aumento da produção garimpeira, principalmente na região amazônica, ao final da década de 1980 a produção oficial dos garimpos chegou a quase 90% da produção total (ver gráfico sobre Produção garimpo x empresas) a partir de 1988 esta produção começa a decair em decorrência da diminuição do preço do ouro , que passou a beirar U$300,00 a onça troy, e da exaustão das reservas superficiais onde o ouro encontra-se geralmente enriquecido e com granulação grosseira permitindo sua extração por métodos rudimentares.
Fonte: DNPM
Paralelamente, a partir do final da década de 1970, os investimentos em exploração do ouro por parte das empresas propiciaram um aumento progressivo na produção das minas que atualmente representam mais de 80% da produção brasileira a qual, nos últimos anos, tem variado em torno de 50 toneladas anuais. Esta produção de ouro representa cerca de 5% do Produto Mineral Bruto brasileiro colocando-o como o quinto que mais contribuiu atrás do Petróleo, Ferro, Gás e Brita. Apesar da posição privilegiada do ouro no cenário nacional, a posição do Brasil como produtor mundial tem declinado passando de 5° lugar em 1985 para 10° em 1997, e chegando a 13º em 2016.
Fonte: CPRM
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