sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Lapidação “Brilhante"



As primeiras evidências do conhecimento do diamante pelo homem remontam ao século IV antes de Cristo. Durante muito tempo, supôs-se que os diamantes possuíam poderes mágicos e, em razão disso, eram utilizados como talismãs. Acredita-se que seu uso como adorno, na forma natural de octaedro, iniciou-se apenas no século XI. A partir do início do século XIV, as tentativas de trabalhar-se o diamante tornaram-se mais eficazes. Na época, o que se fazia era um polimento bastante rudimentar das faces naturais das gemas. Constatou-se também que as extremidades pontudas dos octaedros poderiam ser desgastadas, fazendo com que fossem pouco a pouco rebaixadas. A superfície resultante, uma faceta, era então rusticamente polida, de forma que o diamante adquiria algum brilho.
Os locais por onde se difundiu a arte da lapidação de diamantes estão intimamente associados às rotas comerciais que ligavam Oriente e Ocidente. Sabe-se que no início do século XIV já havia lapidadores de diamantes estabelecidos em Veneza, muito possivelmente oriundos do Oriente, provavelmente da Índia. Mais tarde, o ofício difundiu-se pela Alemanha (Nuremberg), Bélgica (Bruges e Antuérpia), e outros países da Europa.
Foram criados os estilos de lapidação denominados “mesa” e “rosa”, que ainda possuíam um número reduzido de facetas, mas que já emprestavam mais brilho e vida aos diamantes. Mais tarde, foi introduzida a simetria das facetas e, em meados do século XVII, foi descoberta a possibilidade de serrar-se o diamante. É desta época o talhe conhecido como “Mazarin”. No final do mesmo século, deu-se o advento do corte “Peruzzi”, já com 58 facetas e forma aproximadamente quadrada. No século XIX, predominavam algumas variações do talhe Peruzzi e foram criados os estilos “Lisboa”, “Brasil”, “EuropéiaAntiga”.e “Old Mine”, que mais tarde evoluiriam até a lapidação “Brilhante”.
Este último estilo de lapidação foi desenvolvido especificamente para o diamante, embora eventualmente seja utilizado também em outras gemas. Por definição, toda lapidação “Brilhante” apresenta 57 facetas, sendo 33 na coroa (parte superior) e 24 no pavilhão (parte inferior).
Não há um único inventor desta talha, também conhecida como Amsterdam, cujo desenvolvimento levou muitos anos até alcançar seu estágio atual e definitivo, embora se atribua ao italiano VicenzoPeruzzi o início de sua invenção, por volta de l700.
Até o início do século XX, o conhecimentodos estilos e formas de lapidação era apenas empírico. Somente por volta de 1910, passaram a ser consideradas, por meio de cálculos teóricos, as características físicas e ópticas do diamante, assim determinando-se as proporções e a simetria que idealmente deveria ter a gema lapidada para que alcançasse o melhor efeito visual possível.
A forma redonda é a mais comum para a lapidação brilhante e foi desenvolvida com o intuito de maximizar a quantidade de luz que retorna à superfície após refletir-se nas facetas posteriores da gema.
O termo brilhante, sem qualquer descrição adicional, deve ser aplicado somente para diamantes redondos com lapidação brilhante. Além da forma redonda, clássica, o brilhante pode vir a ter, entre outras, as formas de gota (ou pera), navete (ou marquise), oval e coração.
Em peças de joalheria antigas são frequentes, além dos já citados cortes, o estilo 8/8 (ou simples) e o estilo 16/16 (ou suíço). Outras lapidações atuais relativamente comuns em diamantes são Princess, Esmeralda, Trilliant, Radiante e Asscher.

Fonte: DNPM

Nenhum comentário:

Postar um comentário