quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Polo Carboquimíco do RS deve gerar 5,4 mil empregos

Polo Carboquimíco do RS deve gerar 5,4 mil empregos


Com a sanção da lei que institui o Polo Carboquímico no Rio Grande do Sul realizada pelo governador José Ivo Sartori no evento internacional Alternativas Sustentáveis do Uso do Carvão: Oportunidades do Complexo Carboquímico no Brasil, organizado pela Federação das Indústrias (Fiergs), o Estado passará a ser autossustentável e reduzirá a dependência de produtos e insumos importados gerados a partir do mineral.
A expectativa é dos participantes do encontro que reuniu investidores, empresários, lideranças políticas e especialistas na área durante todo o dia na sede da entidade. O presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry (foto), salientou que “é preciso definir estratégias que estimulem a competitividade das indústrias, ampliando a matriz energética disponível. O Sistema Fiergs é parceiro para viabilizar programas que transformem o carvão mineral em riqueza e desenvolvimento econômico e social”.
O governo prevê um incremento de 80% na produção do carvão no Rio Grande do Sul, que detém 90% das reservas do mineral no país. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, o Brasil vive um momento de transformação no setor de energia, e que a sociedade deve debater com transparência e sem preconceitos temas como carvão mineral. Com o desenvolvimento tecnológico, a sua extração e produção não é mais agressiva ao meio ambiente. Para o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Carvão Mineral (Sniec), César Weinschenck Faria, o Rio Grande do Sul tem limitações para importar gás natural e fertilizantes, insumos gerados a partir do carvão, mas possui este mineral em abundância em seu solo. “Por que não produzir aqui e gerar empregos?”, questionou.
Uma das oportunidades que se abre é a implantação de uma fábrica de gaseificação do carvão, com capacidade para a produção de cerca de 2,14 milhões de metros cúbicos diários de Gás Natural Sintético (GNS), com estimativa de investimento de US$ 2 bilhões – quatro anos de implantação e um ciclo de 20 anos de operação. A estimativa do impacto acumulado no período de 2019 a 2042 para o Estado seria de R$ 19,7 bilhões em Produto Interno Bruto, R$ 1,1 bilhão em ICMS, 5,4 mil empregos entre diretos e indiretos. A previsão também é de um PIB 2,91% maior na comparação com a não realização do investimento. Santa Catarina e Paraná também seriam beneficiados, com 0,94% e 0,63% de crescimento maior de PIB, respectivamente. Os dados foram apresentados pelo coordenador da pós-graduação de Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Alexandre Porsse. 
Outros temas tratados no evento foram oportunidades de mercado, a política carboquímica estadual, o futuro do gás natural nas políticas públicas federais e o polo carboquímico sob o ponto de vista de tecnologia e meio ambiente, além da apresentação de cases de empresas como a Vamtec, a Posco e a IHI.  “Todos os países industrializados têm um setor químico forte. Vejam, por exemplo, a Suíça, que tem menos suíços do que talvez Porto Alegre tenha de gaúchos. E a indústria química dela é a décima do mundo, pois o segmento entra em todos os outros setores de atividade”, destacou Manuel Quintela, sócio proprietário da ChemVision.
Em sua palestra “A Gaseificação do Carvão Mineral Como uma Oportunidade Competitiva e de Desenvolvimento para o Estado”, Quintela evidenciou a importância da tecnologia hoje existente para o desenvolvimento da cadeia. “Pela primeira vez eu estou numa época que tenho tecnologia. Posso usar o carvão de uma forma competitiva. Há dez anos isso não acontecia. Houve um progresso extremamente rápido nos últimos anos. Tenho condições de ter uma tecnologia competitiva. O carvão sempre existiu e agora as tecnologias para extrair o o mineral de uma forma ambiental estão disponíveis”, lembrou. 
Fonte: Amanhã

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