Qualidade das águas do Rio Doce ainda inspira muitos cuidados, segundo o Igam
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) divulgou nesta sexta (17), os resultados de evolução da qualidade das águas do rio Doce. O objetivo era verificar o comportamento geral da área afetada com relação aos poluentes considerados mais importantes. Comparativamente ao primeiro ano de análise, de novembro de 2015 a novembro de 2016, é possível observar uma grande redução das médias dos resultados no segundo período para a maioria dos parâmetros avaliados, indicando uma tendência de aproximação dos valores históricos observados no monitoramento do Igam.
“Porém, ainda há grandes violações aos limites estabelecidos na Deliberação Normativa Conjunta do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) n 01 de 2008”, explicou a gerente de monitoramento da qualidade das águas do Igam, Katiane Brito.
Parâmetros
No último intervalo analisado, de novembro de 2016 a agosto de 2017, com relação aos parâmetros turbidez, sólidos em suspensão total, ferro dissolvido, manganês total e alumínio dissolvido, as médias ainda se encontram acima do limite legal e das médias históricas. “Esses resultados podem ser atribuídos à acumulação do rejeito no leito do rio e em bancos das margens, que continuam a ser revolvidos”, disse a analista ambiental do Igam, Regina Pimenta.Para os fatores arsênio total, cádmio total, cromo total, níquel total e mercúrio total, as violações aos limites estabelecidos foram reduzindo aos poucos ainda no primeiro ano analisado e, atualmente, encontram-se em conformidade com os limites para a classe e abaixo do máximo registrado na série histórica do Igam.
O estudo identificou ainda que, principalmente para os parâmetros ferro dissolvido, manganês total, alumínio dissolvido, as violações continuaram no segundo ano.
No que se refere aos usos da água ao longo do rio Doce, os critérios turbidez, sólidos em suspensão total, ferro dissolvido, manganês total e alumínio dissolvido, apresentam violações dos limites reforçando a necessidade de tratamento convencional para abastecimento do consumo humano e avaliações das Secretarias Municipais de Saúde para os usos de recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho), irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto.Atualmente, os relatórios periódicos de qualidade têm demonstrado que, após tratamento adequado, a água do rio Doce torna-se própria para o consumo humano. “Mas é preciso alertar que a liberação ou não dos usos deverá ser avaliada pelos órgãos e entidades responsáveis tais como Secretaria de Estado de Saúde (SES), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)”, explica Regina Pimenta.
O monitoramento realizado pelo Igam se refere à análise da água bruta. O tratamento para abastecimento cabe aos municípios ou às concessionárias. O acompanhamento continuará a ser realizado pelo órgão como nos anos anteriores ao desastre. Caso ocorra nova eventualidade, a frequência de monitoramento poderá ser intensificada, de acordo com um plano de monitoramento emergencial.
Fonte: Hoje em Dia
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