BTG prevê o impacto do rebaixamento do rating brasileiro da S&P nas empresas
Nesta quinta-feira (11), a agência classificadora de risco Standard & Poor’s (S&P) cortou o rating do Brasil de “BB” para “BB-“. A medida foi justificada pela demora na aprovação das reformas estruturais e o aparante desinteresse da classe política pelo equilíbrio fiscal do país. A perspectiva atual da agência é “estável”, mas isso não impede um possível novo rebaixamento caso o cenário político não melhore.
Para os próximos anos, as chances de melhora do rating depende de três fatores básicos. O primeiro seria que o próximo governo conseguisse adotar medidas sólidas e sustentáveis de ajuste fiscal. O segundo depende um crescimento forte do PIB, baseado em uma correção das políticas. Ou então, um superávit fiscal primário, indicando a redução da dívida pública através do aumento do PIB ou de medidas políticas.
Diante dessa questão, o BTG Pactual aponta para a torcida de que o corte na nota brasileira sirva como um “despertar para os políticos sobre a realidade fiscal do país e impulsione as reformas”, em especial a da Previdência.
Além disso, em relatório, o banco divulgou as suas expectativas com base no novo rating do país para algumas empresas e seus graus de investimentos . Confira!
Já o caso da Braskem (BRKM5), os últimos ratings indicam um limite de classificação de 2 pontos, o que implicaria no rebaixamento do seu grau de investimentos. Porém, caso a empresa adote uma estratégia similar a da Gerdau (GGBR4), com elevadas operações internacionais e exportações, pode ser que a petroquímica consiga manter o seu status de BBB.
A BRF (BRFS3) possui uma perspectiva estável desde agosto do ano passado e apresenta espaço suficiente a permanecer com a sua nota. Além disso, a agência de classificação já indicou que a companhia de alimentos pode chegar a “ter uma classificação de até 4 entalhes sobre o soberano”, escrevem os analistas Thomas Tenyi, Josefina Valdivia, Matheus Chermauth e Beatriz Watanabe.
A permanência também é esperada para a Fibria (FIBR3), que teve a sua nota elevada para estável em novembro e permanece pouco afetada pelos riscos econômicos do país, de acordo com as indicações da S&P.
As empresas Klabin (KLBN11), Magnesita (MAGG3), Suzano (SUZB3) e Petrobras (PETR3) (PETR4) também devem continuar com as suas notas, que são BB+, BB, BB+ e BB-, respectivamente.
Na época, as categorias de classificação eram:
1 – Já classificado em BB e conduzido pelo soberano, essas empresas possuem muitos ativos e receitas ou financiamento vindas do mercado interno. A categoria inclui: Cosan (CSAN3), Comgas (CGAS5) e Eletrobras (ELEE3) (ELET6).
2 – Com 1 ou 2 pontos acima do soberano. Há uma exposição significativa ao mercado interno e um bom perfil financeiro, com dívidas pequenas, alta liquidez, ativos estrangeiros ou ligados à exportação. A categoria inclui: Braskem (BRKM5), Gerdau (GGBR4), Globo, Raízen, Ultrapar (UGPA3) e Votorantim.
3 – Diferença de até 3 pontos para o soberano, com boa diversificação geográfica, orientada para exportação e com menor exposição à economia doméstica. A categoria inclui: Embraer (EMBR3).
4 – Com entalhes entre 1 e 4 pontos acima do soberano e que não são afetados diretamente pela classificação do país. A categoria inclui: BRF (BRFS3), Fibria (FIBR3), Klabin (KLBN11), Magnesita (MAGG3), Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3).
Diante dessa questão, o BTG Pactual aponta para a torcida de que o corte na nota brasileira sirva como um “despertar para os políticos sobre a realidade fiscal do país e impulsione as reformas”, em especial a da Previdência.
Além disso, em relatório, o banco divulgou as suas expectativas com base no novo rating do país para algumas empresas e seus graus de investimentos . Confira!
Possíveis quedas
Para as empresas Globo e Raízen, o BTG aponta que ambos estão limitados em “dois entalhos sobre o soberano” e que os cortes nas suas notas são quase “certos”.Já o caso da Braskem (BRKM5), os últimos ratings indicam um limite de classificação de 2 pontos, o que implicaria no rebaixamento do seu grau de investimentos. Porém, caso a empresa adote uma estratégia similar a da Gerdau (GGBR4), com elevadas operações internacionais e exportações, pode ser que a petroquímica consiga manter o seu status de BBB.
Provavelmente não serão afetadas
Segundo o relatório, até setembro do ano passado, a Gerdau (GGBR4) estava a dois pontos acima do soberano, mas nota subiu para A- depois que a S&P alterou o critério de avaliação para uma mistura do sistema brasileiro com o americano. Assim, o BTG acredita que a empresa deve manter a sua nota estável por mais um tempo.A BRF (BRFS3) possui uma perspectiva estável desde agosto do ano passado e apresenta espaço suficiente a permanecer com a sua nota. Além disso, a agência de classificação já indicou que a companhia de alimentos pode chegar a “ter uma classificação de até 4 entalhes sobre o soberano”, escrevem os analistas Thomas Tenyi, Josefina Valdivia, Matheus Chermauth e Beatriz Watanabe.
A permanência também é esperada para a Fibria (FIBR3), que teve a sua nota elevada para estável em novembro e permanece pouco afetada pelos riscos econômicos do país, de acordo com as indicações da S&P.
Sem mudanças
No caso da Rumo (RAIL3), o seu rating estava diretamente ligado à nota do soberano, mas a sua classificação autônoma já havia sido revisava para BB-.As empresas Klabin (KLBN11), Magnesita (MAGG3), Suzano (SUZB3) e Petrobras (PETR3) (PETR4) também devem continuar com as suas notas, que são BB+, BB, BB+ e BB-, respectivamente.
Influência do soberano
Em maio de 2017, a S&P havia colocado o Brasil em observação negativa por um possível estagnação política causada pelo escândalo da gravações da JBS (JBSS3) com o presidente Michel Temer. A medida foi retirada em agosto, mas a agência insinuou uma lógica por trás dos entalhes de algumas empresas em relação ao soberano.Na época, as categorias de classificação eram:
1 – Já classificado em BB e conduzido pelo soberano, essas empresas possuem muitos ativos e receitas ou financiamento vindas do mercado interno. A categoria inclui: Cosan (CSAN3), Comgas (CGAS5) e Eletrobras (ELEE3) (ELET6).
2 – Com 1 ou 2 pontos acima do soberano. Há uma exposição significativa ao mercado interno e um bom perfil financeiro, com dívidas pequenas, alta liquidez, ativos estrangeiros ou ligados à exportação. A categoria inclui: Braskem (BRKM5), Gerdau (GGBR4), Globo, Raízen, Ultrapar (UGPA3) e Votorantim.
3 – Diferença de até 3 pontos para o soberano, com boa diversificação geográfica, orientada para exportação e com menor exposição à economia doméstica. A categoria inclui: Embraer (EMBR3).
4 – Com entalhes entre 1 e 4 pontos acima do soberano e que não são afetados diretamente pela classificação do país. A categoria inclui: BRF (BRFS3), Fibria (FIBR3), Klabin (KLBN11), Magnesita (MAGG3), Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3).
Fonte: Jornal ADVFN
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