segunda-feira, 26 de março de 2018

Mineração garante postos de trabalho em Minas Gerais


Mineração garante postos de trabalho em Minas Gerais

Dados apresentados este mês pela Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), no 1º Informe da Economia Mineral, revelaram uma situação preocupante: enquanto a produção de minério de ferro cresceu de maneira significativa no país, nos últimos anos, o número de empregos no setor não acompanhou os índices na mesma proporção. Em alguns casos, registrou quedas. A exceção é Minas, o Estado com maior produção e empregos no setor.
Segundo a Amig, se levada em conta a série história de 2010 a 2016, por exemplo, no Brasil, a produção do segmento saiu do patamar de 351 milhões de toneladas/ano para mais de 441 milhões de toneladas/ano: 18,2% de elevação. Já o valor das vendas com embarques do mineral subiu 24% no período. A geração de empregos formais no segmento, no entanto, cresceu apenas 4,8% (de 211 mil para 221 mil vagas).
Em Minas, a situação nos últimos seis anos não é tão desigual quanto a nacional, já que o número de empregos no setor aumentou de 45.863, em 2010, para 58.166, em 2016 – variação positiva de 26%. Mas, se observados os últimos cinco anos, o número de demissões é o que chamou a atenção: de 2012 a 2015, o patamar de empregos ficou próximo dos 65 mil, pico do período, mas despencou para os 58 mil registrados em 2016. A redução, no caso, foi de 10% na mão de obra formalmente empregada no segmento.
Prejuízos
Para a economista da Amig, Luciana Mourão, responsável pelo estudo, a produção mineral em maior escala e a diminuição de vagas de trabalho prejudicam diretamente outros setores e o desempenho econômico como um todo.
Segundo ela, com renda menor, a população de cidades mineradoras, dependente diretamente das empresas do setor, conta com menos recursos para consumir e poupar.
“Além disso, esse cenário acarreta impactos sociais. Essas cidades têm como característica um adensamento populacional, já que a existência de grandes empreendimentos atraem centenas de pessoas que buscam encontrar oportunidades de trabalho e melhores condições de vida, e, quando termina o período de implantação ou até mesmo do ciclo de mineração, essa demanda permanece de forma definitiva, o que gera um problema sério nos cofres públicos municipais e na sociedade civil local”, alerta a economista.
Luciana ressalta que a redução na empregabilidade deve-se, principalmente, à evolução na produção mineral no Brasil. “Os sistemas estão cada vez mais automatizados e com soluções de logística que demandam menos força de trabalho humana”, destaca.
O Sindicato das Empresas de Mineração foi procurado, mas não se posicionou.
Fonte: Hoje Em Dia

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