Mistérios cercam produção de pedra rara
Cobiçada pelos asiáticos, mas desconhecida pelos brasileiros, a alexandrita lapidada chega a custar US$ 200 mil o grama (cinco quilates), enquanto o diamante branco mais perfeito atinge o máximo de US$ 150 mil o grama.
A pedra é valiosa por sua raridade e por mudar de cor de acordo com a luz. Sob o sol, é verde como a esmeralda. À noite, sob a luz artificial, é vermelha como o rubi. O Brasil e o Sri Lanka (sul da Ásia) são os únicos produtores.
A maior jazida conhecida no mundo -com potencial medido de produção de 53 kg- fica no município de Antônio Dias (a 100 km de Belo Horizonte, MG). A concessão para explorar a mina pertence à Alexandrita Mineração Comércio e Exportação Ltda.
Os sócios da empresa são o grego Stavros Papadopoulos, que vive em Hong Kong, onde possui uma indústria de lapidação; o chinês Chang ya Ching, que mora em Taipé (Taiwan); o vice-presidente do Conselho de Administração da Transbrasil, Antônio Celso Cipriani -que vive há 15 anos em Miami (EUA)- e Roberto Millah, sócio de Papadopoulos no comércio de esmeraldas.
O chinês e o grego se naturalizaram brasileiros para explorar a atividade mineral no país. Antes de voltar à China, Chang foi o maior doleiro do norte de Minas e ainda mantém uma casa de câmbio em Governador Valadares (MG).
Segundo Cipriani, 89 pessoas trabalham na mina, que recebeu investimentos de US$ 3 milhões.
Sem fiscalização
O acionista diz que vem ao Brasil uma vez por semana para administrar a empresa e que pagou sua participação no capital com seu trabalho de advogado.
Além da jazida explorada pela Alexandrita, há outra menor, também em Antônio Dias, cuja concessão pertence à Mineração Itaitinga, da família Oliveira Andrade.
O governo brasileiro não fiscaliza as duas minas. Os poucos dados existentes no DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral) foram fornecidos pelas próprias mineradoras.
Pelos dados do DNPM, a produção legalizada das duas empresas em 94 somou 463 gramas de pedras de boa qualidade e 5,4 kg de pedras de má qualidade. O valor, para cálculo de impostos, foi de US$ 1,08 milhão.
O DNPM informou que não recebeu nenhum dado sobre a produção de 95 e que tampouco há registros de exportação da pedra.
Em 1987, quando as áreas hoje exploradas eram ocupadas por garimpeiros, houve uma produção estimada de US$ 60 milhões.
Um exemplar daquela época, de 102 quilates (21 gramas), está na coleção de Kalil Elawar, o maior comerciante de pedras preciosas do país. Segundo Elawar, a pedra, pouco maior do que um ovo de codorna, vale US$ 1 milhão.
Cipriani contesta o DNPM. Diz que a empresa fez uma exportação no valor de US$ 100 mil, em 1990, e outra de US$ 215 mil, no ano passado, para Hong Kong.
Fonte: CPRM
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