AMG Mineração investe R$ 650 milhões no Projeto Lítio
Com presença no Brasil há 73 anos, a AMG Mineração – subsidiária da holandesa Advanced Metallurgical Group – está investindo em torno de R$ 650 milhões nas duas fases do Projeto Lítio no complexo industrial da mina de Volta Grande, na divisa dos municípios mineiros de Nazareno e São Tiago. Lá, as reservas são de cerca de 23 milhões de toneladas remanescentes de pegmatito – uma rocha multiminerálica.
Outra unidade fabril, em São João del Rei, produz óxidos de tântalo e nióbio, ligas especiais de alumínio, além de operar uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). “Nos últimos dois anos, o investimento da AMG foi de cerca de R$ 800 milhões, algo em torno de US$ 230 milhões, tanto no lítio como em outros projetos dentro da empresa”, calcula o presidente da AMG Mineração no Brasil, Fabiano Fonseca.
Uma das razões para o projeto é maximizar o uso do recurso mineral trazendo redução da geração de resíduo proveniente da produção de tântalo, no qual a mineradora é considerada a maior produtora certificada do mundo. Costa diz que também existe uma razão econômica: o fato de o lítio ser a commodity metálica de maior demanda atualmente com larga aplicação em baterias de aparelhos como smartphones e tablets, além do uso em veículos elétricos.
Por isso, na primeira fase, inaugurada há dois dias, a planta de concentração é para 90 mil toneladas por ano de concentrado de espodumênio (que carrega o lítio na estrutura mineralógica). A segunda fase do projeto – com engenharia concluída e equipamentos contratados – Costa espera iniciar a construção no início do segundo semestre deste ano, com conclusão prevista para o final de 2019. A partir de 2020, a capacidade anual será de 180 mil toneladas de concentrado de espodumênio. “As primeiras 270 mil toneladas estão destinadas a um cliente chinês com um contrato assinado há algum tempo”, conta.
O projeto engloba uma terceira fase. Nela está prevista a implementação de uma planta química para a transformação do concentrado de espodumênio em algum produto químico de lítio, muito provavelmente o carbonato ou o hidróxido de lítio, com valor agregado maior e vantagem competitiva de redução de custo com logística.
“Porque em vez de exportar 180 mil toneladas anualmente a gente reduz para uma quantidade de 20 mil toneladas que é o que consegue de produto químico de lítio a partir de 180 mil toneladas de concentrado”, diz.
Contratações e receita. Antes da planta inaugurada há dois dias, o complexo de Volta Grande operava com cerca de 280 empregados diretos e outros 150 contratados permanentes de empresas. “Com a primeira planta, vamos chegar a cem novos postos de trabalho. Então, já estamos com 500 empregados, indo para cerca de 550. Na fase dois já projetada, temos a necessidade de novos postos, então, no final de 2019, chegaremos com 700 empregos diretos entre funcionários da AMG e contratados”, calcula. Em São João del Rei são outros 300 empregados.
No resultado financeiro, Costa informa que o Brasil tem participação em torno de 10% a 12%. “Com a inauguração da planta 1, esse percentual sobe para 20% da receita global da empresa, e, com a SP2 e a planta química, vamos contribuir com cerca de 40% a 45% da receita da empresa”, comemora.
Empresa tem parcela para IDH melhor
Com nove operações da AMG no mundo, há dois dias, todo o board executivo da empresa esteve em Minas Gerais para a inauguração da planta do Projeto Lítio. “Inseridos no Estado de Minas Gerais, sabendo que estamos gerando mais postos de trabalho direto, acreditamos que, para cada emprego direto, geramos outros quatro indiretos nas regiões de São Tiago e Nazareno”, calcula o presidente da AMG no Brasil, Fabiano Costa.
Apesar de ser uma região muito rica, tem um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) mais baixos de Minas Gerais. “Então, estamos com nossa parcela de contribuição para melhorar o IDH da região contribuindo para gerar inúmeras oportunidades para as comunidades no entorno, além da nossa responsabilidade ambiental”, explica Costa, que é mineiro de BH.
Fonte: O Tempo
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