domingo, 3 de junho de 2018

Marca ícone em diamantes investe na produção de pedras sintéticas

Marca ícone em diamantes investe na produção de pedras sintéticas


Estratégia reflete maior aceitação por esse tipo de produto, considerado mais sustentável, já que principais minas estão em zonas de conflito
Lightbox Jewelry (Foto: Divulgação)
ADe Beers, gigante produtora de diamantes sediada em Luxemburgo, anunciou hoje a entrada no segmento de gemas sintéticas para joias. As pedras serão oferecidas sob uma nova marca, a Lightbox Jewelry e chegam ao mercado em setembro. “A Lightbox Jewelry vai oferecer aos consumidores algo novo: brilho e cores a preço bastante acessível”, disse Steve Coe, gerente geral da nova empresa.
Fabricadas nas cores rosa, branco e azul bebê, as pedras custarão de US$ 200, o quarto de quilate, a US$ 800, o quilate. Ainda que o valor pareça alto para muitos, é em média 75% mais baixo que o praticado por outras fabricantes de pedras sintéticas, como a americana Diamond Foundry, ou a russa New Diamond Technology, que já vendiam seus produtos de 30% a 40% mais barato que as pedras naturais, segundo o New York Times. A queda no preço é atribuída ao uso de novas tecnologias e processos de produção.
Com minas espalhadas por países como África do Sul, Canadá, Namíbia e Botsuana, a De Beers é conhecida por ter criado e dominado o mercado internacional de diamantes durante a maior parte do século XX. Há cerca de cinco décadas, também desenvolve materiais industriais de ponta com seu braço industrial, a Element Six Innovation Center. São matérias primas com aplicações em ferramentas para a exploração de petróleo, lasers de alta potência e alto-falantes de última geração, entre outros produtos. É à Element Six que a Lightbox Jewelry está ligada no organograma da De Beers.
O lançamento representa uma virada na postura da companhia. Há dois anos, a De Beers fazia parte dos esforços do setor de conter o avanço dos diamantes sintéticos no mercado com uma campanha de marketing marcada pelo slogam “Real is rare” (“O real é raro”, em uma tradução livre). Hoje, as pedras sintéticas respondem por apenas 2% das vendas mundiais. Mas há analistas que estimam que, até 2030, essa fatia possa chegar a 10%.
O avanço é atribuído, em parte, a crescente aceitação do produto no mercado, por suas características mais sustentáveis (algumas das principais minas de diamantes do mundo ficam em zonas de conflito) e à demanda reprimida gerada por profissionais bem sucedidas, mas sem dinheiro suficiente para investir em joias ou vontade de usar no dia a dia um diamante verdadeiro. O movimento da De Beers, assim, seria uma forma de a companhia se posicionar para ocupar o crescente mercado dos sintéticos e proteger a fatia de cerca de 30% que ainda detém no mercado internacional de diamantes naturais.
Além da fábrica em funcionamento na Inglaterra, a De Beers tem outra em construção, nos Estados Unidos, que custará US$ 94 milhões, nos próximos quatro anos. Segundo a companhia, a nova unidade terá capacidade de produzir cerca de 500 mil quilates em pedras sintéticas por ano. A ideia, diz Coe, da Lightbos Jewelry, é também introduzir novas formas e cores no mercado, sempre com preços abaixo da concorrência. “A eficiência tecnológica e nosso processo produtivo significam que seremos capazes de oferecer as pedras a preços acessíveis”, afirma.
Fonte: Negócios

Nenhum comentário:

Postar um comentário