sábado, 8 de setembro de 2018

Crise de 1929 – A grande Depressão

A crise de 1929, ou “A grande depressão” como ficou conhecida, foi o pior e mais longo período de recesso que a sociedade capitalista já viveu em toda a sua história, tendo diversas consequências que prejudicaram a vida de muitas pessoas pelo mundo, levando diversos empresários a declararem falências e fazendo com que o desemprego aumentasse abruptamente de forma muito rápida.
Crise de 1929 – A grande Depressão
Para entender a crise de 1929, é preciso primeiramente interpretar os anos anteriores, mais especificamente os anos em que o continente europeu sofreu com a Primeira Guerra Mundial. Este período fez com que os Estados Unidos ultrapassassem a Inglaterra como principal economia mundial, uma vez que os norte-americanos passaram a suprir as necessidades europeias.
Esta importância dos Estados Unidos para o continente europeu se estendeu pelos anos seguintes ao conflito, fazendo com que o país fosse responsável pela produção de diversos produtos que eram exportados aos países europeus, de forma que a economia norte-americana aumentou de forma surpreendente.
Isso levou os ganhos do país a um nível muito alto, resultando no chamado “Estilo de vida americano” (American Way of Life), no qual o poder aquisitivo da população era alto, a produção muito alta em diversos setores e o retorno seguia a mesma proporção.

A crise de 1929: a quinta-feira negra

Durante praticamente uma década, entre os anos de 1918 e 1928, a economia norte-americana avançou de maneira descontrolada, com uma produção muito grande nos setores industriais e na agricultura, produzindo alimentos em uma escala muito grande.
Esta produção foi proporcionada pela importância dos Estados Unidos no suporte aos países europeus devastados pela Primeira Guerra Mundial, que após os conflitos mortíferos tiveram seus campos e áreas rurais e industriais devastados. Desta forma, os países consumiam dos norte-americanos tudo aquilo que não podiam produzir para o próprio consumo.
Porém, conforme estes países se reconstruíram ao longo destes dez anos, aos poucos foram readquirindo a capacidade de produção, fazendo com que os Estados Unidos perdessem consumidores, embora continuassem a produzir produtos em alta escala, mesmo os itens de longa duração.
Desta forma, os primeiros efeitos da crise que se instalaria foram perceptíveis ainda em 1928, com a queda nos preços de produtos agrícolas, que já contavam com uma produção muito superior à quantidade que o mercado poderia absorver.
Assim, os efeitos se estenderam até o ponto em que a situação se tornou insustentável, com a queda de preços cada vez maior e o estoque de produtos armazenados aumentando de forma desproporcional, uma vez que não havia demanda para todo o material produzido.
Com isto, a crise se agravou até atingir seu ápice em 24 de outubro de 1929, no dia que entrou para a história como “A quinta-feira negra”. Neste dia, a Bolsa de Valores de Nova York chegou a seu nível mais baixo, provocado pela alta oferta de produtos e a pouca procura.
Isto fez com que as ações perdessem seu valor, levando muitas pessoas a perderem todo o seu dinheiro da noite para o dia, o que provocou também uma das mais altas taxas de suicídio já registrada nos Estados Unidos, de pessoas que se viram falidas pela crise.
A queda da Bolsa de valores de Nova York fez com que todos os países que possuíam relações comerciais com os Estados Unidos sofressem os efeitos, gerando assim um efeito dominó que culminou na queda das bolsas de Londres, Tóquio e Berlim.
O Brasil também foi afetado pela crise de 1929, uma vez que o principal produto nacional, o café, era exportado para os Estados Unidos. Para evitar que os estoques aumentassem de forma descontrolada e causassem a queda dos preços, o governo brasileiro comprou milhares de sacas de café para serem queimadas, unicamente para evitar uma super oferta do produto.

New Deal e a Segunda Guerra Mundial: o fim da grande depressão

Em meio aos efeitos da crise de 1929 em seus anos seguintes, nos quais a economia norte-americana ainda sofria com o excesso de produtos, falta de empregos e, consequentemente, um poder aquisitivo quase nulo, em 1933 é eleito o presidente Franklin Delane Roosevelt.
Roosevelt, ainda em 1933, coloca em prática o plano New Deal, no qual o governo passou a fiscalizar a produção de itens industriais, assim como nas fazendas do país, regulando ainda seus preços. Desta forma, o governo buscava controlar não apenas o volume de estoques do país, como também manter controlada a inflação.
Ainda no plano New Deal, o governo de Roosevelt passou a investir em obras públicas, como a construção de estradas, ferrovias, entre outras. Assim, houve o início de uma geração de emprego que pode movimentar, aos poucos, novamente a economia norte-americana, fazendo com que o país se reerguesse economicamente.
No entanto, o restabelecimento concreto dos Estados Unidos após a Crise de 1929 se concluiu apenas com a chegada da Segunda Guerra Mundial, que colocou novamente a Europa no centro de um conflito mortal, exterminando áreas de produção e causando a necessidade de muitos tipos de produtos e alimentos.
Desta forma, novamente com a necessidade dos países europeus, os Estados Unidos puderam voltar a ser seu principal provedor, voltando a exportar em grandes quantidades para o continente, suprindo sua necessidade e se restabelecendo economicamente.
Fonte: Exame


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