sexta-feira, 30 de novembro de 2018

KIMBERLITO E OS DIAMANTES DE MINAS GERAIS

KIMBERLITO E OS DIAMANTES DE MINAS GERAIS

KIMBERLITO E OS DIAMANTES DE MINAS GERAIS
Os diamantes são formados no manto, em profundidade superior a 150km. Duas rochas são responsáveis pelo transporte do diamante até a superfície: kimberlitos e lamproítos.
Os diamantes foram descobertos no Brasil em 1729, na região de Diamantina-MG, porém especula-se que a extração de diamantes no Brasil seja um pouco mais antiga. Durante toda a história do Brasil a extração de diamante tem sido feita em aluviões. Segundo CHAVES (1999) em Minas Gerais pode-se identificar duas macro-regiões nas quais se concentram os principais depósitos do estado: a província mineral do Espinhaço e a do Alto Parnaíba.
Depósitos de Diamantes do Brasil
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A província do Espinhaço engloba a região de Diamantina e é marcada pela Serra do Espinhaço. A Serra do Espinhaço é constituída de rochas metamórficas dobradas, incluindo quartzitos, filitos e conglomerados, que representam originalmente sedimentos depositados em rios, taludes serranos, desertos, lagunas e mares rasos.
Se os diamantes são sempre associados a kimberlitos e lamproítos fica aparente o paradoxo da província do Espinhaço. A fonte original e os processos responsáveis pelo transporte dos diamantes à província do Espinhaço é objeto de inúmeros debates e foge do escopo deste texto.
A província do Alto Parnaíba, ao contrário do Espinhaço, é caracterizada pela presença de várias chaminés de rochas kimberlíticas.
Constatou-se recentemente a presença de kimberlito mineralizado na Serra da
Canastra. A chaminé kimberlítica “Canastra 1” é atualmente o maior projeto de mineração para os diamantes da província do Alto Paranaíba. O projeto vem sido conduzido pela empresa canadense “Brazilian Diamonds”.
Embora existam kimberlitos na região, até o início do projeto Canastra 1 a extração de diamantes era realizada em aluviões por garimpeiros. O projeto Canastra 1 concentra-se sobre uma chaminé de cerca de 1 hectare de tamanho onde os teste indicaram uma concentração de 4 ct por tonelada, o que é muito pouco, principalmente se comparado ao lamproíto de Argyle na Austrália, que produz 18 ct por metro cúbico ou aos kimberlitos sul-africanos com cerca de 6 ct por metro cúbico. Embora a lavra de Canastra 1 seja pouco interessante economicamente o projeto prevê a exploração de boa parte da área kimberlítica da Serra da Canastra e é provável que alguma das chaminés kimberlíticas finalmente coloque o Brasil entre os produtores de diamantes primários (diamantes extraídos diretamente de kimberlitos ou lamproítos). As chaminés mais promissoras na região são
Canastra 8 e Tucano 1.
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7 – CONCLUSÃO
A importância do kimberlito para toda a sociedade fica clara quando se analisa o impacto que a descoberta de kimberlito mineralizado causa sobre a economia das províncias minerais. A descoberta de uma única chaminé kimberlítica mineralizada na Austrália a colocou como maior produtora mundial de diamantes e existe possibilidade que no Brasil descoberta semelhante possa modificar todo o mercado mundial de diamantes.
Apesar de toda a sua importância o kimberlito é uma rocha ainda pouco conhecida e por isso mesmo alvo de opiniões divergentes principalmente com relação a sua formação.
É consenso que as chaminés kimberlíticas não possuem relação com riftes e que a água desempenha um papel importante nas características da rocha, porém todos os modelos de formação atuais, embora aceitos em termos gerais, possuem falhas e exatamente por isso é impossível apontar um modelo como o “mais correto”. Sabe-se no entanto que lineamentos de chaminés kimberlíticas indicam com boa precisão a posição dos crátons em diversas eras geológicas e este tipo de conhecimento possibilita um melhor entendimento da formação da Terra e possue aplicações práticas na prospecção de minerais.
Exemplos de Chaminés Kimberlíticas
De Field e Scott Smith


Fonte: CPRM

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