Brasil tem 8% das reservas de lítio do mundo
Potencial do lítio brasileiro foi apresentado para investidores, empresas e pesquisadores em Belo Horizonte.
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O projeto de Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), mostra que o país teve um salto nas reservas mundiais da substância, de 0,5%, para 8%. Segundo o Serviço Geológico do Estados Unidos, no mundo há mais de 14 milhões de toneladas de lítio, e as maiores reservas de substância no mundo estão em países como Chile, Argentina e Austrália. A Bolívia não consta na estimativa dos norte-americanos.
A área piloto do projeto de mapeamento de lítio no Brasil foi a do Médio Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Com um total de 17.750 quilômetros quadrados, foram encontradas na região 45 ocorrências da substância, sendo 20 inéditas. Na região estão empresas como a Companhia Brasileira de Lítio (BLC), Sigma Mineração e Falcon Metais.
A apresentação dos resultados ontem (30), em Belo Horizonte (MG), reuniu representantes do setor mineral, universidades, centros de pesquisas e fundos de investimento interessados em conhecer o potencial das reservas de lítio brasileiras.
"O lítio hoje é um mineral estratégico no mundo. E o resultado desse trabalho mostra um salto em nossos reservas, saímos de 0.5% para 8% das reservas do mundo. Temos um elemento estratégico e tecnologia disponível no mercado para beneficiamento. Isso representa uma vantagem competitiva", disse Eduardo Ledsham, diretor-presidente da CPRM, na abertura do evento.
Para Ledsham, a pesquisa é uma alavanca para o crescimento econômico do Estado, pois pode atrair novos investimentos e está aliado ao programa de governo que busca revitalizar a mineração no país, atrair novos investimentos e antecipar demandas futuras de mercado.
Paulo Brant, superintendente de Relações Institucionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas (Fiemg), afirmou que o estudo chega em um momento oportuno, e é exemplo de como o governo pode contribuir para atuação da iniciativa privada. "Tem áreas onde o governo é indispensável. Esse trabalho de pesquisa é um exemplo disso, pois dá subsídios para que as empresas possam se decidir como e onde investir", disse. Brant, destacou que a iniciativa pode contribuir para inserir a mineração em um novo modelo de desenvolvimento sustentável que a sociedade exige.
Calvyn Gardner, representante de um fundo de investimentos da Inglaterra que busca novas oportunidades de negócios no Brasil, disse que o estudo chega em um momento em que empresas internacionais que desejam atuar no país estão buscando informações para tomada de decisão. Seu grupo investirá US$ 40 milhões para colocar uma planta industrial em operação para produzir 60 mil toneladas por ano. "Passamos vários anos testando várias áreas. Se esse estudo estivesse pronto quando chegamos, certamente, não teríamos demorado tanto a descobrir uma com potencial", afirmou.
Vinicius Paes, geólogo da CPRM que participou da pesquisa, disse que o projeto não apenas identificou novas áreas potenciais para lítio no país, como também ampliou o conhecimento de áreas mineralizadas já conhecidas. Ele contou que o projeto envolveu estudo e amostragem de pegmatitos, a rocha que contém o mineral, processamento e interpretação de dados de aerolevantamentos geofísicos, interação com empresas de mineração e moradores da região e, por fim, a compilação de informação sobre química mineral de pegmatitos da região, geoquímica de suas rochas encaixantes e geoquímica prospectiva de sedimentos de corrente e concentrados.
Fonte: CPRM/DNPM
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