Gafisa: O que fazer com as ações?
Uma possível oferta de fechamento de capital da Gafisa (GFSA3) a ser lançada pelo Grupo GWI, que hoje passou a deter 50,17% das ações ordinárias emitidas pela companhia, pode ser positiva aos acionistas minoritários da construtora, aponta o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (22). Os papéis operam em queda nesta sessão, valendo em torno de R$ 15,26.
De acordo com as regras corporativas da Gafisa, durante os próximos 45 dias, a GWI poderá publicar uma oferta pela totalidade das ações. O preço mínimo a ser proposto é um valor justo a ser calculado por uma firma independente e que deverá levar em consideração: o preço médio das ações nos últimos 12 meses; o valor contábil da empresa; e um método de valuation, considerando o fluxo de caixa descontado ou múltiplos.
“Acreditamos que com as ações sendo negociadas a 0,8 vez o preço da ação sobre o valor contábil e, considerando que nos últimos anos o quarto trimestre concentrou maiores despesas com impairment e provisões, achamos difícil que o relatório de avaliação independente atinja um valor significativamente acima do preço atual das ações, especialmente se levarmos em conta o valor contábil da empresa a partir do quarto trimestre de 2018”, destacam os analistas Luis Stacchini, João Dutra e Vanessa Quiroga.
Ainda assim, considerando a desvantagem que há para o preço-alvo proposto pelo banco (de R$ 8,60), qualquer fechamento de preços próximo ao valor de mercado atual deve ser visto como positivo, aponta a análise.
Histórico
Em setembro, o Grupo GWI, do empresário Mu Hak You, aumentou a participação no capital votante da construtora para 16.704.119 ações ordinárias. Esse percentual equivale a 37,32% das ações ordinárias emitidas pela companhia. Antes, a GWI tinha 30,2% das ações. Dessa forma, a GWI se consolidou como maior acionista individual da Gafisa e deu início ao processo de reestruturação da companhia.
Com isso, o conselho de administração da Gafisa destituiu o diretor presidente Sandro Rogério Gamba e outros executivos, elegendo Ana Recart para liderar a companhia, como parte dos esforços para recuperação do negócio.
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