Ibovespa quebra recordes nesta semana, mas ímpeto de ganhos é menor
Por Investing.com – A valorização do Ibovespa diminuiu o ímpeto na segunda semana do governo do presidente Jair Bolsonaro. Após a forte valorização de 4,5% nos três primeiros dias da nova administração, influenciada pela expectativa positiva em relação à implantação de uma agenda liberal e privatizante na economia, esta semana a desconfiança sobre a capacidade de aprovação das reformas – especialmente da Previdência – no Congresso reduziu a velocidade da escalada do preço dos ativos na bolsa brasileira, levando o Ibovespa a ter ganhos de 1,98% nesta semana – 6,57% no acumulado do ano.
Na segunda-feira ainda havia ruído no mercado após a falta de sintonia do presidente e sua equipe econômica na sexta-feira em relação à elevação de alíquota do IOFpara compensar incentivos fiscais no Nordeste e na Amazônia. Além disso, a declaração de Bolsonaro sobre a idade mínima de aposentadoria a homens e mulheres em uma entrevista ao SBT, também na sexta-feira, tampouco foi bem-vista pelos investidores.
Apesar da reunião ministerial na segunda-feira para alinhar o discurso, o governo continuou a ter trapalhadas fora da economia nesta semana. Mas o esboço da reforma da Previdência, a iminência da assinatura do decreto que flexibilize a posse de armas e a aprovação do negócio da Embraer-Boeing seguem depositando otimismo dos investidores domésticos sobre o novo governo, enquanto os estrangeiros seguem em espera de implementação das medidas estruturantes.
Mesmo assim, o otimismo dos investidores brasileiros é o suficiente para o Ibovespa romper os recordes de fechamento. Apesar de na sexta-feira fechar no negativo, no dia anterior chegou próximo aos 94 mil pontos de fechamento e negociação intradiária, atingindo 93.805 e 93.987 pontos.
O projeto de reforma da Previdência do governo Bolsonaro ainda não foi divulgada. A expectativa é a apresentação do projeto e as etapas de encaminhamento ao Congresso na próxima semana.
Há algumas ideias do projeto reformas veiculadas na imprensa. Segundo a Folha de S.Paulo, o governo vai propor um regime de capitalização com a gestão dos recursos realizada pelos próprios trabalhadores, em uma plataforma semelhante ao do Tesouro Direto.
Neste regime, os trabalhadores destinariam a contribuição previdenciária às aplicações como títulos públicos, de dívidas corporativas e fundos de infraestrutura. Entrariam no regime de capitalização trabalhadores de classe média, que passaria a contribuir no novo sistema com valores acima do teto para o regime atual de Previdência, que continuaria a ser utilizada por trabalhadores de baixa renda e, assim, garantiria o dinheiro para o pagamento das aposentadorias atuais.
Destaques
Embraer (EMBR3) e Forja Taurus (FJTA4) são os papéis em destaque no Ibovespa nesta semana, com alta relacionada às medidas do novo governo. Em relação à Embraer, após operar em queda no meio da semana com declarações do presidente e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva Augusto Heleno, questionando se a fusão com a Boeing traria ganhos ao Brasil, na quinta-feira o governo autorizou a operação. Na sexta-feira, as ações da Embraer tiveram uma forte alta de 2,57%, valorizando-se 3,51% na semana, mas com queda de 0,69% no ano.
Já a Forja Taurus continua sua ascensão em meio à iminência da assinatura do decreto que flexibilize a posse de armas no Brasil, que deve ocorrer nos próximos dias. As ações preferenciais subiram 8,61% nesta semana e 94,07% no ano, enquanto as ordinárias saltaram 4,05% na semana e 77,45% no ano. Também contribuíram para os ganhos dos papéis acordo pré-liminar da empresa com a Justiça americana para encerrar um processo. Em contrapartida, segue o alerta de especialistas sobre os fundamentos da empresa.
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