Opinião: O ciclo é de alta
Por George Chen, da Inversa Publicações, autor da newsletter Warm Up
Na Warm Up PRO de sexta-feira passada eu disse que estava otimista em relação ao que está por vir para a Bolsa e que apresentaria a você os motivos que sustentam minha tese. Além disso, disse que sugeriria um bom ativo para surfar esta onda e, por coincidência ou não, o Ibovespa subiu 7% desde a minha última participação na newsletter.
Bom, sem mais delongas, eu e meu assistente, Felipe Paletta, apresentamos abaixo os quatro principais motivos que sustentam o nosso otimismo em relação ao mercado de capitais brasileiro. Ao final, eu comento sobre um ativo para surfar os ganhos da Bolsa.
1. O Brasil está em um ciclo econômico de alta. A economia, assim como a Bolsa, se comporta em forma de ciclos. Em um momento de alta, os preços sobem, basicamente porque a economia está aquecida pela expansão do consumo, do crédito e dos investimentos, porém, obviamente, não tem como esta alta ser infinita. O ciclo de alta termina quando os preços atingem níveis perigosos, forçando o governo a elevar a taxa de juros e arrefecer o consumo e, neste ponto, as empresas e os indivíduos já estão altamente endividados (porque consumiram muito crédito no ciclo de alta) e vão ter que arcar com uma dívida mais pesada para pagar (início da alta de juros). Isso nos leva ao início do ciclo de baixa.
Pois bem, o Brasil está atualmente com um crescimento de PIB e consumo pífios, além de uma taxa de inflação baixíssima (ou até deflação), amparada no elevado nível de desemprego. Esse cenário vem garantindo a manutenção da taxa de juros brasileira em seu menor nível histórico (6,5%). Isso me faz acreditar que o Brasil está no vale do ciclo, e só agora começa a entrar na fase de alta.
Traçando um paralelo, acredito que os Estados Unidos estão próximos do pico do ciclo e agora estão entrando na fase de baixa. Veja bem, a economia está aquecidíssima lá, com elevado nível de consumo, pleno emprego e previsões de crescimento do PIB perto dos 3%. Mais ainda, os indivíduos e empresas se encontram altamente endividados e vão ter que, agora, arcar com um custo de dívida mais elevado – o Federal Reserve está elevando os juros para arrefecer a alta dos preços.
Tire suas próprias conclusões, mas eu preferiria estar comprado em Ibovespa do que em S&P neste momento.
2. As empresas brasileiras de capital aberto estão entregando robustos resultados operacionais. Mesmo com a economia desaquecida, percebemos desde o segundo trimestre de 2018, que as empresas da Bolsa têm entregado fortes melhoras operacionais. Os assinantes da Inversa que acompanham as séries Small Caps
e Income Builder devem ter percebido que os resultados dos segundo e terceiro trimestres de 2018 foram muito bons, com várias companhias de nossa carteira dobrando, triplicando e até quintuplicando seus lucros líquidos – tudo isso com um baixo nível de endividamento das empresas.
3. A alocação dos fundos de investimento nacionais em ações ainda está bastante deprimida. Se você ainda não se convenceu de que o momento é oportuno para as ações brasileiras, um outro ponto interessante de se notar é que atualmente os fundos ainda estão com uma alocação muito baixa em ações. Note, no gráfico abaixo, como o percentual do patrimônio alocado em ações dos fundos está em um nível ainda bastante baixo. Quando os fundos começarem a se posicionar mais firmemente em Bolsa, isso pode ser refletido em interessantes movimentos de alta no Ibovespa, e isso já vem ocorrendo.
Veja que a alocação tem subido timidamente desde 2015, ano em que a Selic superou os 14%. Portanto, imagine para onde pode ir a Bolsa quando a alocação dos fundos retomar os níveis de 2007. Por isso, para ganhar com esse movimento é preciso estar posicionado.
4. Os estrangeiros nem começaram a investir aqui ainda. Os investidores internacionais representam um peso enorme para os movimentos de alta ou de baixa da Bolsa brasileira e, por ora, eles nem ao menos começaram a se posicionar aqui. Com a elevação de juros nos EUA, os investidores estrangeiros estão correndo para a segurança dos treasuries (títulos do governo norte-americano), que passam a oferecer um retorno maior. Ao mesmo tempo, os gringos não estão “pagando para ver” o que está por vir da recém formada equipe do Bolsonaro – eles vão esperar a aprovação das reformas para começar a alocar. Por esta razão, acredito que a Bolsa pode responder bem assim que os investidores internacionais começarem a investir mais intensamente no Brasil.
Conclusão
Acreditamos que o momento é muito oportuno para se posicionar na Bolsa. Minha sugestão são os ETFs (fundo de investimento em índice) BOVA11 e PIBB11. Caso você tenha um perfil mais arrojado, sugiro a B3SA3, ação da Brasil Bolsa Balcão (B3).
Mas calma, se você está começando agora ou tem um perfil mais conservador, coloque dinheiro aos poucos e aplique apenas aquela parcela de folga de seu patrimônio – jamais consuma a sua reserva. Lembre-se de sempre acompanhar o mercado e as notícias de perto, ou melhor, tenha um especialista para fazer isso por você!
Fonte: MONEY TIMES
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