MINA DE GONGO SOCO- MINAS GERAIS
MINA DE GONGO SOCO- MINAS GERAIS
A mina de Gongo Soco teve seu início no século XIX, durante o ciclo do ouro, da chegada dos ingleses e mecanização das minas no Brasil. Entre os anos de 1824 e 1856. É uma mina de minério de ferro localizada no município de Barão de Cocais, Minas Gerais. Atualmente é explorada pela Companhia Vale e foi encerrada as atividades em abril de 2016.
Gongo Soco tornou-se mundialmente conhecida pela alta tecnologia aplicada para a época, com extração subterrânea e auge de produção de 12.887 kg de ouro. Este período foi marcado pela forte presença de capitais de companhias inglesas em Minas Gerais, sendo que a mina de Gongo Soco pertencia à “Imperial Brazilian Mining Association”, companhia de capital e administração inglesa, que se utilizava mão-de-obra escrava em suas atividades mineiras. De acordo com Burton Richard. F. (1821-1890) em seu livro “Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho” tradução de David Jardim Júnior (2001) – Coleção: O Brasil visto por estrangeiros, em seu capítulo XXX (Viagem para Gongo Soco e Fábrica da Ilha), descreve...”separado pela lavagem, sem dificuldade, e purificado com ácido nítrico. Não vale a pena remover todo o corpo do filão, sendo preferível, portanto, o trabalho em galerias subterrâneas. As linhas e veios podem ser acompanhados com picaretas, não se fazendo mister as explosões. O conteúdo fornece um minério de ferro macio e pulverizável que exige pouco trabalho para britagem e pulverização, e o “ouro de linha” assim encontrado é de qualidade superior. Muitas vezes, seguindo os filamentos que se irradiam para todas as direções, vindos de um centro comum, os mineiros encontram um núcleo ou pepita de grande tamanho, mas inferior, em qualidade, ao ouro de linha e perdendo mais na fusão.
Gongo Soco tornou-se mundialmente conhecida pela alta tecnologia aplicada para a época, com extração subterrânea e auge de produção de 12.887 kg de ouro. Este período foi marcado pela forte presença de capitais de companhias inglesas em Minas Gerais, sendo que a mina de Gongo Soco pertencia à “Imperial Brazilian Mining Association”, companhia de capital e administração inglesa, que se utilizava mão-de-obra escrava em suas atividades mineiras. De acordo com Burton Richard. F. (1821-1890) em seu livro “Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho” tradução de David Jardim Júnior (2001) – Coleção: O Brasil visto por estrangeiros, em seu capítulo XXX (Viagem para Gongo Soco e Fábrica da Ilha), descreve...”separado pela lavagem, sem dificuldade, e purificado com ácido nítrico. Não vale a pena remover todo o corpo do filão, sendo preferível, portanto, o trabalho em galerias subterrâneas. As linhas e veios podem ser acompanhados com picaretas, não se fazendo mister as explosões. O conteúdo fornece um minério de ferro macio e pulverizável que exige pouco trabalho para britagem e pulverização, e o “ouro de linha” assim encontrado é de qualidade superior. Muitas vezes, seguindo os filamentos que se irradiam para todas as direções, vindos de um centro comum, os mineiros encontram um núcleo ou pepita de grande tamanho, mas inferior, em qualidade, ao ouro de linha e perdendo mais na fusão.
O ouro em Gongo Soco era de 19 a 20 quilates. Alguns descrevem o ouro como amarelo-escuro com paládio, outros dizem que muito tingido pelo ferro e de cor semelhante à do chumbo. Vi algum cor de bronze brilhante e, às vezes, vermelhopardacento, como cobre trabalhado e não polido”. O mesmo autor escreve em sua obra o seguinte trecho: “Naquela mina, porém, o ouro era livre e o furto era enorme.... Conta-se de mineiros que saíam aos domingos levando espingardas cheias de minério furtado, e de latas de biscoito que entravam vazias na mina e, às vezes, saíam levando quinze quilos do precioso pó. Há ainda muito tesouro oculto, e, de vez em quando, os que têm sorte encontram pequenas fortunas em potes e garrafas...”. Ainda, Burton também explica a origem do nome da mina: “Explica-se que Gongo Soco significa: o gongo, ou a campainha, que não toca. Os brasileiros traduzem por: Esconderijo dos Ladrões”.
A mina de Gongo Soco tornou-se célebre por volta de 1830 pelo seu minério aurífero de alto teor. “A Imperial Brazilian Mining Association, lavrou estreitos veios auríferos 65entremeados concordantemente ao minério de ferro brando de alto teor da formação ferrífera Itabira (FFI), paleoproterozóica, do Quadrilátero Ferrífero. Os corpos auríferos, conhecidos como “Jacutinga”, eram compostos de hematita especular, talco, caulinita e óxido de manganês, e lineação de estiramento com caimento para leste” (Raphael, 1996).
“Os relatos históricos registram que, no ano de 1856, a mina subterrânea de ouro foi inundada e todas as atividades interrompidas, iniciando-se a fase decadente da produção de ouro em Gongo Soco. Poucas décadas depois, o explorador inglês W. J. Henwood divulgou um relatório, enfatizando a riqueza desta região em rochas ferríferas com alto teor aurífero. Pouco se sabe da atividade minerária em Gongo Soco após este período até o ano de 1960, quando a empresa São Carlos Minérios, de capital americano, estudou a formação ferrífera e, em 1967, avaliou as reservas de minério de ferro. Os direitos minerários da São Carlos Minérios foram posteriormente arrendados pela Mineração Socoimex Ltda que iniciou, em 1989, a operação de lavra da mina de Gongo Soco, com a instalação de britagem e peneiramento do minério de ferro” (Innocentini, 2003). A mineração em Gongo Soco é histórica, sendo cronologicamente apresentada da seguinte maneira: 1760 a 1800 – Início da produção de ouro em Gongo Soco com o Barão de Catas Altas; 1800 a 1820 – Entrada do capital inglês no Brasil para produção de ouro; 1824 - Imperial Brazilian Mining Association adquire Gongo Soco; 1871 - W.J. Henwood publica o primeiro trabalho geológico sobre Gongo Soco; 1967 - A São Carlos Company (USA) inicia a pesquisa para minério de ferro; 1986 – O Grupo Santa Inês adquire da São Carlos a mina de Gongo Soco; 1987 – Início da produção de minério de ferro; 1998 – Início das pesquisas para ouro. Em 11/05/2000 - A Vale adquire Gongo Soco do Grupo Santa Inês/Mineração Socoimex; 2001 – Paralização das pesquisas para ouro com focalização para a exploração de minério de ferro.
A Mina de Gongo Soco presenciou o auge e a decadência da exploração do ouro de aluvião e da mecanização rudimentar da atividade mineradora. No século XIX, viveu seu apogeu, com a mineração aurífera subterrânea, mecanizada e industrializada. Com o declínio do rico mineral, a extração do ouro foi substituída pela do ferro, atividade ainda existente no local. O minério pertence a formação ferrífera Itabira,quadrilátero ferrífero, do período paleoproterozóica
A história começou quando, em 1824, João Baptista Ferreira de Souza Coutinho, o Barão de Catas Altas, vendeu as terras de Gongo Soco para uma empresa Britânica, a Imperial Brazilian Mining Association – primeira empresa de capital estrangeiro a se instalar em Minas Gerais.
Entre os anos de 1826 a 1856, a mina produziu mais de 12 mil quilos de ouro. Em 1856, sua produção, em queda, foi reduzida a apenas 29 quilos, e neste mesmo ano foi abandonada. O conjunto de ruínas do sítio do Gongo Soco era constituído por dois setores distintos: Setor I, considerado o espaço de trabalho da mina propriamente dita, com seu complexo de estruturas industriais; e o Setor II, mais afastado, onde se encontravam as moradias e os equipamentos urbanos que faziam parte da antiga vila.
Uma autêntica vila inglesa, Gongo Soco, segundo o censo, em 1931, possuía 30 casas ao longo de uma extensão de um quilômetro e meio. As edificações eram todas construídas em alvenaria de pedra e barro. Entre as casas ficava o Cemitério dos Ingleses, onde eram enterrados apenas os trabalhadores britânicos. Ali foram encontradas dez lápides com inscrições em inglês e ornamentadas por desenhos apurados. Existem ainda vestígios do que seriam um hospital e duas capelas, sendo uma católica e outra anglicana.
A casa do Barão de Catas Altas – informação sem constatação documental – teria aproximadamente 1.000 m² de área construída, supondo apenas um pavimento. Perto do Setor I, há um forno com chaminé de mais ou menos 5,20 m de altura e 0,60 m de boca. Caminhando pela estrada à direita, vê-se um muro de pedra de quase 60 m de comprimento, terminando num portão em arco, erguido presumivelmente para marcar a passagem dos imperadores Dom Pedro I, no ano de 1831, e Dom Pedro II, em 1881. Atualmente, o arco em ruínas está coberto por uma gameleira. À esquerda, estão localizadas ruínas do que teria sido um vestiário, segundo relatos do viajante Richard Burton.
A origem do nome Gongo Soco é incerta. Segundo uma das versões, quando acontecia roubo na mina, o gongo era tocado, mas ninguém o ouvia. Outra versão diz que um escravo, vindo do Congo, foi encontrado na posição de galinha choca (palavra que teria originado “soco”) cavando escondido um depósito aurífero.
As ruínas, tombadas pelo Iepha/MG em 1995, estão localizadas no município de Barão de Cocais, a 76 quilômetros de Belo Horizonte.
fonte:
www.nugeo.ufop.br /IEPHA. Projeto Ruínas de Gongo Soco
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