sábado, 27 de abril de 2019

Entenda como as pedras preciosas são identificadas pelos gemólogos

Entenda como as pedras preciosas são identificadas pelos gemólogos


Entenda como as pedras preciosas são identificadas pelos gemólogos


joia rubi safira (Foto: Reprodução de TV)Sobre uma placa de acrílico, estão pedras como o rubi e a safira (Foto: Divulgação/Daniela Newman)
Só em 2012, o Brasil exportou mais de U$ 3,3 bilhões em joias, incluindo ouro e gemas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). No que tange à produção mundial em 2011, a entidade apontou o país como sendo o sétimo do mundo em termos de produção de joias. Diante deste cenário, e de um vasto acervo de pedras preciosas encontradas no Brasil, cada vez mais o mercado nacional vem demandando profissionais que possam identificar de forma correta as gemas, como são conhecidas as pedras preciosas e não-preciosas depois de serem lapidadas, ou polidas.

Daniela Newman, professora de Mineralogia da UFES (Foto: Divulgação)Para a gemóloga Daniela Newman, professora de Mineralogia do curso de Gemologia, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), cenário do Globo Universidade exibido no dia 6 de julho, é necessário que o profissional que trabalha no ramo de joias saiba identificar exatamente não só as diferentes espécies de gemas, como suas variedades, já que há uma grande diferença de valor e raridade entre elas.
Daniela Newman, professora de Mineralogia do
curso de Gemologia da UFES (Foto: Divulgação)
No Brasil, segundo ela, os principais depósitos minerais de gema estão localizados em estados como o de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, São Paulo e Paraná. As gemas brasileiras mais comuns são oriundas de variações do mineral berilo, incluindo pedras como a esmeralda, água-marinha, morganita e heliodoro; as turmalinas, com destaque para as turmalinas da Paraíba; as variedades do mineral espodumênio, que abrange a kunzita, hiddenita, hialofana; fosfatos, como a brasilianita e apatita; além dos óxidos, incluindo o rubi, a safira e o crisoberilo. Fazem parte da lista ainda diamantes e opalas, dentre outras gemas coradas.
Entre as mais preciosas, Daniela destaca o diamante, encontrado na Serra do Espinhaço (MG), Tibagi (PA), Juina (MT) e em Rondônia; a turmalina Paraíba; a esmeralda, comum em cidades como Socoto (BA), Santa Teresinha de Goiás (GO), Carnaíba (PE), Monte Santo (BA) e Nova Era (MG); e a água-marinha, encontrada em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. “Uma turmalina Paraíba, via de regra, valerá mais do que uma apatita azul; bem como uma goshenita (variedade incolor do berilo) é mais rara do que um quartzo incolor. O diagnóstico correto de uma gema é o que dará credibilidade ao profissional, agregando valor tanto ao material isolado quanto montado em uma joia”, ressalta a gemóloga.
Uma gema é definida pela sua cor, pureza, beleza, raridade e portabilidade. Mas o que diferencia uma pedra da outra? Daniela explica que as gemas são diferenciadas pelas suas propriedades ópticas e físicas, principalmente no que diz respeito ao índice de refração, birrefringência (dupla refração), densidade, espectro de absorção de luz, sendo tais características resultantes da estrutura cristalina (sistemas de cristalização) da gema e da sua composição química. “O importante é que, em se tratando de gemas, todos os testes aplicados devem ser de caráter não destrutivo”, ressalta a especialista.
Processo de lapidação
A lapidação é aplicada a um mineral dando origem à gema e tem o intuito de realçar as características inerentes de cada peça. Em função da variedade de gemas com a qual se está trabalhando, aplicam-se técnicas diferentes, gerando formatos variados de lapidação. “No caso de gemas pleocróicas (que possuem variação de cor), é importante posicionar a lapidação corretamente, em função do eixo óptico do mineral, para que se possa aproveitar a melhor cor, que em uma gema representa 50% do seu valor no momento da avaliação”, detalha a professora.
Segundo Daniela, gemas que apresentam vários planos de clivagem (propriedade de se quebrarem, ou dividirem, com maior facilidade), como é o caso do diamante e da fluorita, são difíceis de serem lapidadas e cravadas, pois possuem vários planos de fraqueza e, ao serem submetidas a esforços mecânicos, podem se romper. “Gemas de alta dureza, como é o caso do coríndon (variedades do rubi e da safira) e do diamante, são difíceis de serem lapidadas. Gemas como a cianita, que apresenta duas durezas (resistência ao risco) diferentes, também são difíceis de serem lapidadas. Gemas com baixa dureza devem ser utilizadas com cautela em joias, pois se arranham facilmente, como é o caso da fluorita e apatita”, aconselha a gemóloga.

Fonte: Geologo.com

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