sexta-feira, 5 de abril de 2019

Estratégia Luiz Barsi na prática: A lição do caso Paranapanema

Estratégia Luiz Barsi na prática: A lição do caso Paranapanema





Gustavo Kahil - 05/04/2019 - 8:47

Paranapanema
“Um processo de turnaround é sempre exaustivo”, explica a analista Louise Barsi (Imagem: Divulgação)

Após um longo processo de recuperação financeira em 2017 e de recuperação de ativos em 2018, as ações da Paranapanema (PMAM3), maior produtora brasileira em produção de cobre, voltaram ao radar. A oportunidade de ganhos com essa história de reviravolta, ou turnaround no jargão financeiro, atraiu investidores e novos acionistas.
Um deles foi o megainvestidor e guro do mercado Luiz Barsi. Em um relatório exclusivo para clientes da Elite Investimentos, obtido pelo Money Times, e assinado pela analista Louise Barsi.
“Um processo de turnaround é sempre exaustivo, requer o envolvimento de diversas pessoas em várias frentes de atuação ao mesmo tempo. Em visita à planta de Dias D’Ávila em junho do ano passado, pudemos conferir de perto a grandiosidade da fábrica, tanto em dimensões como em potencial”, escreveu Louise no documento.
Ela lembra que os números do último trimestre de 2018 provaram que a retomada, baseada na postura austera da gestão dos custos e conservadora na administração do caixa é factível. Louise incluiu os papeis da empresa em sua carteira de small caps de abril, já de olho nos ganhos das boas perspectivas no médio prazo para o mercado do cobre e produtos derivados.

Paranaproblema?

Barsi revela que o seu radar de oportunidades enxergasse valor na companhia, enquanto muitos a tratavam como um ‘Paranaproblema’.  Ele explica que a sua visão positiva sobre a companhia vem de longa data, desde que tomou ciência de seu projeto de reestruturação.
“O mercado sempre premiará aqueles que forem capazes de fazer uma leitura correta de determinados eventos”, explica ele em sua carta restrita aos clientes.
Ele dá um exemplo prático ao citar a aprovação da proposta de grupamento dos ativos, hoje negociados em torno de R$ 1,40, e que será realizado na proporção de 17 ações ordinárias para 1. Os novos lotes começam a negociar em 2 de maio.
“Mesmo que as ações sofram alguma correção no curto prazo, acredito que o movimento vá enxugar a liquidez e abrir um precedente importante para uma futura capitalização na companhia. Tal evento seria primordial como forma de diluir alguns pesos mortos na composição do capital da empresa, como Previ, Petros e Caixa”, analisa Barsi, que vê o fato como positivo.
Ele explica que já cumpriu o seu objetivo de investimento nesta história mas, como o radar de Barsi nunca desliga, deixa muito claro que esta visão “poderia se reverter caso haja alguma correção forte no papel ou na hipótese de uma generosa capitalização, que complete o projeto inicial”.
Como ele gosta de dizer: “O jacaré está com a boca fechada”.

Fonte: MONEY  TIMES

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