domingo, 28 de abril de 2019

PAI E FILHO FATURAM R$ 110 MILHÕES COM FRANQUIA DE MATE

PAI E FILHO FATURAM R$ 110 MILHÕES COM FRANQUIA DE MATE



Julio Antônio Dias, o "Sr. Julião", comanda a Megamatte ao lado do filho. Hoje, a rede já tem 144 lojas em cinco estados
26.04.2019|Por 
Ana Laura Stachewski
Julio Antônio Dias (filho) e Julio Antônio Dias (pai), da Megamatte (Foto: Divulgação)
Nos anos 70, o português Julio Antônio Dias, conhecido como  Sr. Julião, decidiu se mudar para o Brasil. Começou trabalhando em um camelô no Rio de Janeiro. Depois, foi vender frutas e sucos. De degrau em degrau, foi construindo seus próprios negócios. Hoje, ele comanda ao lado do filho, Julio Monteiro, a Megamatte. A rede de franquias tem 144 lojas e fatura R$ 110 milhões ao ano.

O foco no mate foi decisivo e o que deu nome ao negócio. Mas a rede também tem uma proposta maior. Vende açaí, sucos, salgados e doces, mas dispensa frituras ou refrigerantes. Com isso, tem surfado na onda da alimentação saudável e dos produtos orgânicos. 
Para Julião, a "teimosia" sobre a proposta foi importante. "A rede não é só um resultado do que implementamos, mas também do que não fizemos", diz ele.
De loja em loja
O primeiro trabalho do empreendedor com alimentos se deu ainda nos anos 70. Assim que se legalizou no Brasil, foi trabalhar com um amigo em suas quitandas. Foi funcionário, gerente e depois sócio. Nos anos 80, acabou comandando o negócio sozinho.
Um dia, notou que poderia aproveitar as frutas muito maduras para fazer sucos. Abriu uma loja, que acabou sendo ainda mais vantajosa do que a quitanda. Ele então começou a abrir outros pontos e acabou levando o negócio a São Paulo.
Foi na capital que ele "redescobriu" o mate. A bebida é especialmente popular no Rio de Janeiro, mas, até então, era mais vendida nas praias. "Quando vi uma casa de mate em São Paulo, pensei que aquilo seria interessante para o Rio", diz Julião. 
O mate é o carro-chefe da rede Megamatte (Foto: Reprodução)
A empreitada, porém, começou por São Paulo. O empreendedor chegou a ter 15 lojas de mate na capital antes de levá-las aos cariocas. Em 1994, reformatou todas elas, abriu a primeira unidade no Rio e criou a Megamatte como ela é hoje. 
Seis anos depois, seu filho Julio ingressou no negócio. Começou no balcão de uma loja, ganhou espaço no negócio e virou supervisor. Depois, foi estudar direito e trabalhar em outras empresas. Em 2011, veio o retorno: ele assumiu a área jurídica da rede.
Manter a premissa saudável foi um desafio. Segundo Julião, houve até mesmo certa pressão de investidores para que ele cedesse um pouco. "Falaram para mim que eu não conseguiria sobreviver sem refrigerantes. Eu falei que era teimoso e que ia tentar".
Os resultados vieram. Nos anos 2000, com quase 20 unidades, ele começou a pensar em franquear o negócio. Passou um ano testando o modelo em uma loja própria e, em 2007, surgiu a primeira franquia. Dois anos depois, já eram 60. 
As franquias da Megamatte podem ter três modelos: loja, quiosque ou contêiner (Foto: Divulgação)
Para o empresário, o modelo significa mais do que só expandir. Também traz mais responsabilidades. "As pessoas trabalham a vida toda para ter seu próprio negócio. Temos que ter cuidado com o dinheiro delas", diz ele. Em 2017, a rede foi eleita a melhor franquia do Brasil pela PEGN.
Já Julio Monteiro, que também participou da transição, diz que manter a empresa próxima aos franqueadores foi importante. "O franchising não vive sem relacionamento e sem escutar quem está na ponta", diz. Segundo ele, a empresa também tem investido fortemente em profissionalizar seus colaboradores.
O investimento inicial para abrir uma franquia varia de R$ 199 mil a R$ 240 mil de acordo com o modelo (loja, quiosque ou contêiner). Já o faturamento médio varia entre R$ 40 mil e R$ 75 mil, com margem de lucro entre 10% a 18%.
Pé no chão
Cuidar da empresa também foi sinônimo de frear alguns planos. Em 2017, a Megamatte planejava abrir dezenas de lojas e iniciar uma expansão aos Estados Unidos. Com a crise econômica, os dois decidiram segurar as pontas. "O plano tinha sido definido em uma época mais otimista. Naquele ano, vimos que o mercado não estava caminhando para isso", diz o diretor jurídico da rede.
Em vez de expandir, a empresa investiu nas próprias unidades. O plano para os Estados Unidos ainda está na gaveta, mas com intenções de virar realidade em outro momento. 
Agora, a empresa direciona atenção a outro plano: abrir um instituto. O objetivo é capacitar mães e pais de crianças com doenças graves. "Queremos ajudar aqueles que querem empreender, mas precisam trabalhar de casa para poder cuidar dos filhos", diz "Julio filho".


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