Há dezenas de anos, grandes mistérios envolvem uma região do planeta conhecida como "Triângulo das Bermudas". Esta parte do Oceano Atlântico compreende a uma área com mais de 2.000.000 Km² em forma de um triângulo imaginário formado nas águas do Caribe que ligam três pontos entre: Flórida, Ilhas Bermudas e Porto Rico.
A origem dos mistérios
Os primeiros relatos sobre coisas estranhas acontecidas no Triângulo das Bermudas datam da primeira viagem de Cristóvão Colombo às Américas, em 1492. Colombo relata falhas nas bússolas e luzes no mar, assim como objetos caindo do céu.
Desde então, vários navegadores temem viajar por esta região onde ocorreram dezenas de naufrágios e acidentes. Inclusive o naufrágio sofrido pelo navegador espanhol Juan Bermúdez, em 1503, que deu nome ao arquipélago.
Mas foi durante a Segunda Guerra Mundial que o mundo finalmente teve conhecimento destes mistérios. Após o desaparecimento de uma esquadra de 5 bombardeiros norte-americanos (conhecido como Voo 19) esta região passou a ser chamada de Triângulo das Bermudas.
Outros nomes também foram atribuídos ao local, como: "Mar do Diabo", "Triângulo Maldito", "Triângulo da Morte", "Mar dos Barcos Perdidos", "Cemitério de Barcos", "Triângulo do Diabo", etc.
São inúmeros os casos relatados de desaparecimentos, naufrágios, acidentes, e até mesmo de aparições de embarcações e outros fenômenos, dentre os quais, podemos citar os mais famosos.
Os 7 casos mais enigmáticos registrados no Triangulo das Bermudas
1840 - Rosalie
A embarcação francesa Rosalie foi encontrada meses após o seu desaparecimento. Ela navegava com as velas recolhidas e a carga intacta, mas sem vestígios de sua tripulação.
1872 - Mary Celeste
O barco Mary Celeste desapareceu em novembro, com 10 tripulantes a bordo. A embarcação foi encontrada em dezembro do mesmo ano sem nenhum vestígio de tripulantes.
1902 - Freya
A embarcação alemã Freya ficou um dia desaparecida. Saiu de Cuba no dia 3 de outubro e foi encontrada no dia seguinte, no mesmo local de onde havia saído, porém sem nenhuma pessoa a bordo: todos os tripulantes desapareceram.
1918 - Cyclops
A embarcação Cyclops, carregada com 19.000 toneladas de aprovisionamentos para a Marinha Norte-americana, tinha 309 pessoas a bordo. Desapareceu com tripulantes e carga a 4 de março em mar calmo, sem emitir aviso, mesmo dispondo de rádio. Ele partiu do Rio de Janeiro em 16 de fevereiro, após uma rápida parada em Barbados, entre 3 e 4 de março, nunca mais foi visto. Todos as 306 pessoas desapareceram sem deixar rastro.
1945 - Voo 19
Cinco bombardeiros da Marinha norte-americana decolaram de Fort Lauderdale, na Flórida, e desapareceram com 14 tripulantes. O incidente ficou conhecido como "Voo 19" (número de controle no tráfego aéreo). O caso tornou a região mundialmente famosa como local de sumiços misteriosos.
1967 - Witchcraft
A embarcação Witchcraft desapareceu em 24 de dezembro de 1967. Considerado um dos casos mais extraordinários do Triângulo, tratava-se de uma embarcação que realizava cruzeiros marítimos. O navio estava amarrado a uma boia em frente ao porto de Miami, Flórida, a cerca de 1600 metros da costa. Simplesmente desapareceu com sua tripulação e um passageiro a bordo.
1999 - Gênesis
O cargueiro Gênesis afundou depois de sair do porto de São Vicente. Sua carga incluía 465 toneladas de tanques de água, tábuas, concreto e tijolos. Através de rádio, foram informados problemas com uma bomba um pouco antes de se perder o contato. Foi realizada uma busca sem sucesso em uma área de 85.000 km².
Revelando os mistérios
Entre 1960 e 1970 muitos investigadores, jornalistas e sobreviventes de desastres criaram várias teorias sobre os acontecimentos no Triângulo das Bermudas. Mas sem conseguirem chegar a uma conclusão definitiva que explicasse tantos acidentes e desaparecimentos.
Desde a época dos Descobrimentos, os navegantes que passavam pelo Triângulo, já sabiam que esta era uma zona de formação de grandes tempestades e fenômenos meteorológicos intensos. O que fazia com que muitas embarcações não conseguissem chegar ou retornar ao seu destino.
Alguns cientistas acreditam que já estão próximos de conseguir resolver estes casos, que transformaram o Triângulo das Bermudas na mais temida região de navegação do planeta.
A maioria dos estudiosos defende a teoria de que não há nada de sobrenatural no local. Para eles, os incidentes relatados ao longo dos últimos anos tiveram causas meramente meteorológicas. Eles podem ser atribuído a fatores como: correntes marítimas, formação de ciclones tropicais, furacões e até a uma rápida mudança atmosférica.
Pesquisadores americanos e noruegueses sustentam a ideia de que crateras sub-aquáticas poderiam ser a causa dos naufrágios. Estas formações poderiam liberar bolhas gigantescas de gás metano que, ao atingirem a superfície, danificariam os cascos das embarcações ou fariam com que a água perdesse densidade.
Ainda há os que defendem que existam portais dimensionais, OVNIs, maldições, assombrações, etc. O que, logicamente, jamais tiveram a existência comprovadas.
Mas, então, o que realmente acontece?
Na verdade, o que acontece no Triângulo das Bermudas é exatamente o que pode acontecer em qualquer outro lugar do planeta. Todo desastre é fruto de uma soma de fatores. Os incidentes ocorridos são causados por navegação em tempestades, desconhecimento da região, desobediência de normas de segurança, falta de preparo técnico e ignorância sobre equipamentos tecnológicos. Em muitos casos é pura teimosia mesmo.
Dados levantados por seguradoras mostram que não há um volume maior de acidentes no Triângulo, do que em qualquer outra parte do planeta. No passado, havia ainda outros fatores como: ataques de piratas, falta de tecnologia, desconhecimento meteorológico e falta de formação técnica por parte dos tripulantes.
Nos casos em que surgiam navios sem tripulação, o mais provável é que após algum problema ou acidente durante tempestades, os tripulantes tenham abandonado os navios, que acabavam por não naufragar. Os tripulantes, em fuga, teriam menos sorte que a própria embarcação, ao tentarem escapar em pequenos botes durante fortes tempestades.
Ondas gigantes: nova teoria pode ser a solução do mistério
Em meados de 2018, cientistas da Universidade de Southampton, na Inglaterra, divulgaram um estudo que reacendeu o debate em torno do mistério que envolve o Triângulo das Bermudas. Os pesquisadores atribuíram os desaparecimentos à incidência de ondas gigantes, comuns na região.
O fenômeno, registrado pela primeira vez em 1997, mostrou que ondas de até 30 metros de altura aparecem subitamente, duram pouco minutos e têm potência suficiente para afundar grandes navios.
Os cientistas reforçam a teoria, ressaltando que o Triângulo das Bermudas é um local no qual podem se encontrar várias tempestades oceânicas originárias de três regiões diferentes: o Mar do Caribe, o Atlântico Sul e o Atlântico Norte, aumentando ainda mais a potência das ondas.
Durante a pesquisa, foi criada uma réplica do navio USS Cyclops, embarcação que desapareceu na região, em 1918. Depois, em um simulador especial localizado em um ambiente controlado, aconteceu a simulação do fenômeno das ondas gigantes, que rapidamente afundou a embarcação. Outras simulações atestaram que ondas de apenas 15 metros seriam suficientes para afundar embarcações semelhantes.
Agora que você já sabe que não precisa mais desmarcar suas férias em um cruzeiro pelo Caribe, aproveite para se divertir com diversas obras sobre o Triângulo das Bermudas, disponíveis nas livrarias.
Fonte: HIPERCULTURA
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