Em 2013, dois pesquisadores da universidade norte-americana de Maryland receberam um pequeno cubo que poderia ter mudado os rumos da História: tratava-se de um dos 664 dispositivos de urânio fabricados pela Alemanha nazista durante o desenvolvimento de seu programa nuclear. Como temiam os países Aliados durante a Segunda Guerra Mundial, os cientistas de Adolf Hitler tinham o objetivo de construir uma bomba atômica com potencial similar a dos Estados Unidos (que realizaram ataques nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki).
Em artigo publicado no periódico científico Physics Today, os cientistas relatam suas buscas para encontrar os demais cubos de urânio produzidos pelos nazistas, que têm tamanho similar ao de um cubo mágico. A curiosidade pelo destino desses artefatos tem fins puramente acadêmicos e históricos, já que não há riscos dos cubos serem utilizados para fins militares: os itens apresentavam baixa radioatividade e eram uma aposta dos pesquisadores alemães para que o seu reator nuclear funcionasse.
Durante a procura, os pesquisadores conseguiram obter informações a respeito do programa nuclear nazista, que foi iniciado durante os anos de guerra e jamais chegou a ser concluído. De acordo com as análises, os alemães não tinham urânio suficiente para servir como combustível do reator nuclear (seriam necessários quase 1 mil cubos) e estavam com dificuldades em fabricar água pesada (que é utilizada para que as reações nucleares aconteçam no interior do equipamento). Apesar dos problemas técnicos, os nazistas tinham conhecimento avançado da Física Nuclear: os principais teóricos dessa área do conhecimento durante as primeiras décadas do século 20 eram alemães (incluindo Albert Einstein, que migrou para os Estados Unidos com a ascensão so nazismo).
Não por acaso, após a guerra muitos pesquisadores continuaram seus trabalhos em laboratórios norte-americanos e soviéticos. Os Estados Unidos realizaram a Operação Paperclip, um programa secreto para abrigar mais de 1,5 mil cientistas que desenvolviam projetos científicos na Alemanha nazista: é provável que boa parte dos cubos de urânio tenham sido transportados durante essa missão.
"Não sabemos quantos cubos foram entregues aos Estados Unidos, mas provavelmente há mais cubos escondidos em porões e escritórios em todo o país. E gostaríamos de encontrá-los!", afirmou Miriam Hiebert, co-autor do estudo e doutoranda da Universidade de Maryland.
Fonte: GALILEU
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