Em 2012, pesquisadores da Universidade de Linköping, na Suécia, anunciaram uma grande descoberta. Um medicamento experimental baseado em curcumina, composto ativo da Curcuma longa, prolongou a vida e melhorou o comportamento de moscas-das-frutas com uma versão de doença de Alzheimer em insetos. Desde então, houve avanços nas pesquisas sobre a substância derivada da cúrcuma, ou açafrão-da-terra como é popularmente conhecida. Um desses avanços foi anunciado na semana passada por pesquisadores brasileiros. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal do Pará (UFPA) revelou que a curcumina pode auxiliar na prevenção do câncer de estômago.
O estudo, publicado na revista Epigenomics, mostrou que a curcumina é capaz de inibir a atividade de enzimas que se proliferam e causam o câncer de estômago. Outras substâncias como o resveratrol (encontrada no vinho tinto) e a quercetina (brócolis e cebola) também inibiram as enzimas.

Cientistas ainda buscam formas seguras de induzir a curcumina no organismo humano

Um dos desafios dos estudos com seres humanos é fazer a curcumina passar pelo estômago. O suco gástrico diminui sua quantidade, e sobra pouco para o sangue absorver. Um estudo de 2011, no entanto, mostrou que a via direta pode ser uma solução. Pessoas com câncer na cabeça e pescoço mascaram tabletes de curcumina tiveram uma redução nas citocinas causadoras do câncer logo após uma hora.
Considerada símbolo de pureza, a cúrcuma é usada em muitos rituais indianos, como este no Templo Vandimala,em Chengannur, na Índia (Foto: ajijchan/iStock)
Não há conclusões definitivas sobre a atuação da Curcuma longa no organismo humano. Um dos estudos que envolvem a curcumina tenta verificar se suplementos da substância evitariam ainda os primeiros sintomas de Alzheimer.
Até que sejam publicados estudos mais detalhados em seres humanos, a melhor opção é usar a Curcuma longa na culinária. É fácil encontrar suplementos de curcumina, mas não há muita concordância sobre qual seria a dose segura. Excesso de curcumina pode provocar, por exemplo, problemas digestivos, náusea, tontura ou diarreia. A cúrcuma e os suplementos de curcumina não são recomendados para quem tem doença da vesícula biliar (os sintomas podem piorar). Também não é recomendada para quem fará cirurgias em futuro próximo, pois ela pode agir como anticoagulante. Sempre consulte o seu médico antes de ingerir suplementos.

Fonte: Seleções