domingo, 14 de julho de 2019

GEMAS MILIONÁRIAS

GEMAS MILIONÁRIAS




  

    Há gemas que são vendidas por preços astronômicos, seja em leilões, seja em transações privadas.    
       Em  04.04.2017, por exemplo, o diamante rosa Pink Star, de 59,60 ct (11,92 gramas),  foi vendido em Hong Kong por US$ 71,2 milhões, o maior preço pago por uma pedra preciosa em toda a história dos leilões, pelo menos até àquela data.

Um rubi de Myanmar, chamado Rubi do Amanhecer, de 25,59 ct (5,06 gramas), foi leiloado pela Sotheby's em 12.05.2015, pela quantia de US$ 30,3 milhões, o maior valor pago por uma loja Cartier até então.  

A esmeralda abaixo, de 18 ct, foi vendida por seis milhões de dólares na Christie's.



Esse diamante em forma de coração, de 92 ct, cor D (a melhor possível) e sem qualquer impureza, chamado La Légende, foi vendido em Genebra por US$ 14,99 milhões, um “recorde mundial”, segundo a Christie’s.




O maior diamante incolor encontrado em Angola (em fevereiro de 2016), com 404 quilates e 7 cm, foi vendido por 16 milhões de dólares.
Os diamantes abaixo, conhecidos como Apollo e Artemis (irmãos gêmeos na mitologia grega), foram vendidos por um total de US$ 57 milhões, também pela Sotheby's. Adquiriu-os um comprador anônimo, que mudou seus nomes para Lembrança das Folhas do Outono" (o azul) e Sonho de Folhas de Outono.




Exemplos como esses a agente vê várias vezes por ano na mídia, com relativo destaque. 

Diante dessas aquisições, que muitos não hesitariam em tachar de absurdas, é válido perguntar: está certo pagar tanto dinheiro por uma gema?

Antes de responder, precisamos lembrar que essas compras milionárias ocorrem também com outros objetos, não apenas com joias e gemas. Há quadros de pintores famosos que atingem cifras astronômicas nos leilões. Em maio 2019, por exemplo, um Monet foi arrematado por quase 500 milhões de reais. O vestido usado por Marylin Monroe na festa em que cantou Parabéns a Você a John Kennedy foi a leilão com lance inicial equivalente a R$ 9,6 milhões. E vejam só: o saco com fecho éclair usado por Neil Armstrong para carregar as primeiras amostras de rocha trazidas da Lua foi a leilão avaliado em 4 milhões de euros.

              Mas, voltando à questão anterior: vale a pena pagar tanto por um objeto, seja ele uma gema raríssima por sua qualidade e tamanho?  O que leva uma pessoa a gastar tanto dinheiro numa transação dessas?

              É óbvio que quem faz isso tem muuuuuito dinheiro, bem mais do que eu, por exemplo. É óbvio também que pessoas assim já possuem tudo ou praticamente tudo que o dinheiro pode comprar.  Então, é lícito supor que elas, como se diz popularmente, não sabem mais o que fazer com o dinheiro.

Pode, porém, se tratar de uma pessoa que compra não apenas por ter dinheiro demais, mas sim por ter gosto refinado, sabendo avaliar a importância de uma tela famosa ou de uma joia  sem igual.  Não é, portanto, pura ostentação. Mas, mesmo neste caso, será válido pagar tanto?

      Isso tudo nos traz facilmente à lembrança outra questão: com tanta gente morrendo de fome no mundo,  não é antiético é imoral fazer isso?  Muitos responderão que ninguém sozinho poderá acabar com a fome no mundo.  Mas, convenhamos que com alguns milhões de dólares dá para ajudar um bocado de gente.

Outra questão a ser levantada: o que uma pessoa que compra uma raridade dessas faz com a preciosa aquisição?  Se for uma joia, talvez se arisque a usá-la em uma festa ou cerimônia importante,  onde se sinta segura. Em casa, não acredito que faça isso.

Sendo de outra natureza o objeto, como o saco de amostras de rochas de  Armstrong, provavelmente o rico e feliz proprietário se limite a olhar  e admirar (com frequência?) sua preciosa raridade, mostrando-a a alguns poucos e privilegiados amigos.

Quanto a mim, posso dizer que, se tivesse milhões de dólares sobrando, compraria, sim, peças raras e muito caras, sobretudo minerais no estado bruto. Mas, não para meu deleite pessoal, não para minha coleção particular, e sim para um grande, rico e belo museu acessível a todas as pessoas.

 Fotos obtidas na internet, sem registro de créditos.


Fonte: Percio M. Branco

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