terça-feira, 30 de julho de 2019

Vender? Comprar? Investidores de emergentes se preparam ao Fed

Vender? Comprar? Investidores de emergentes se preparam ao Fed


Bloomberg - 30/07/2019 - 14:03
Embora o mercado tenha precificado completamente uma redução de 0,25 ponto percentual, as estimativas dos analistas variam de baixa 0,50 pp à manutenção (Imagem: Andrew Harrer/Bloomberg)
Após meses de análises e escrutínio de todas as declarações do Federal Reserve, os EUA estão finalmente à beira do primeiro corte de juros desde a crise financeira. Investidores de emergentes se preparam para o impacto.
Embora o mercado tenha precificado completamente uma redução de 0,25 ponto percentual, as estimativas dos analistas variam de baixa 0,50 pp à manutenção. A decisão será conhecida às 15:00 desta quarta-feira.
Muitos investidores estão otimistas de que juros menores resultarão em aumento do apetite por ativos mais arriscados, enquanto outros estão preocupados que o Fed não atenderá às expectativas mais dovish do mercado. Mesmo que os ativos das nações em desenvolvimento inicialmente se recuperem, alguns analistas dizem que isso pode não durar muito, já que o fraco crescimento econômico por trás da flexibilização monetária virá à tona.
Aqui estão três maneiras pelas quais os grandes investidores estão buscando navegar pelos resultados da reunião de amanhã.

Decepção

Chris Diaz, gestor da Janus Capital Management LLC em Denver, está “significativamente underweight” em ativos emergentes antes da decisão do Fed. Ele espera que o banco central reduza os juros em 0,25 pp e diz que os mercados estão precificando mais flexibilização do que é justificável.
“É difícil enxergar como o Fed pode atender ou exceder as expectativas dovish do mercado”, disse Diaz. “Acredito que os ativos de risco, incluindo emergentes, terão um desempenho inferior ao dos ativos livres de risco.”
Diaz também está preocupado com a economia global, que parece “muito fraca” fora do escopo do consumo dos EUA. Ele diz que a fraqueza parece estar concentrada no comércio e na indústria, o que não é bom para as nações em desenvolvimento. Uma surpresa dovish poderia brevemente fornecer algum alívio para esses ativos, mas ele afirma que apenas uma melhor perspectiva de crescimento o tornaria mais otimista em relação aos emergentes novamente.

Alta, depois queda

Muitos investidores prevêem um breve momento de ganhos depois de um corte na taxa, antes que a atenção inevitavelmente se volte ao crescimento global. O Goldman Sachs Group Inc. está evitando posições longas descobertas em mercados emergentes, já que o crescimento provavelmente continuará desacelerando e diz que a flexibilização monetária não será suficiente para reverter essa tendência.
Peter Cecchini, estrategista-chefe global de mercado da Cantor Fitzgerald em Nova York, diz que a recente recuperação de ativos emergentes tem sido uma função da expectativa com o Fed e, quando os mercados perceberem que o crescimento seguirá deprimido, os ativos mais arriscados sofrerão.
“Até o final de 2019, achamos que a desaceleração do crescimento global será demais para os ativos emergentes, mesmo com políticas mais frouxas”, disse Cecchini.

Abrace o risco

O Bank of America Merrill Lynch está otimista em relação aos países em desenvolvimento e vê espaço para ganhos, especialmente se o Fed cortar os juros em 0,50 pp. O banco está comprado nos mercados emergentes em todas as classes de ativos, incluindo títulos de dívidas na Argentina e na Ucrânia e ações no Brasil e na China.
“Nós permanecemos otimistas em relação ao risco”, escreveu o estrategista David Hauner, em relatório na segunda-feira. “Se os dados começarem a melhorar depois de setembro, um boom nos preços dos ativos pode esperando por nós.”
Outros investidores são mais seletivos. Morgan Harting, gestor da AllianceBernstein em Nova York, está exposto ao risco por meio de ações. Ele realizou lucro em alguns títulos emergentes e trocou por ações, dadas os valuations mais baixos e o crescimento mais rápido nos mercados emergentes em comparação com os países desenvolvidos.
Ele vê bons retornos na China, Índia, Rússia, Taiwan, Coréia e Brasil.

Fonte: Bloomberg 

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