Ações da Oi caem 26% e vão abaixo de R$ 1, acendendo alerta da B3
Por Danielle Fonseca
São Paulo – As ações da Oi têm mais um dia de fortes quedas depois que um acionista pediu a saída do presidente da empresa e passaram a ser negociadas abaixo de R$ 1,00, o que faz com que fiquem no radar da B3, que não permite que uma ação seja negociada abaixo de R$ 1,00 por mais
de 30 dias seguidos.
de 30 dias seguidos.
De acordo com uma regra de 2015 da B3, se uma ação for negociada abaixo deste valor por 30 pregões consecutivos, a empresa recebe uma notificação para tomar medidas cabíveis para enquadrar a cotação, o que deve ser feito em um prazo de até seis meses ou até a data da primeira assembleia geral depois do envio da notificação.
Se passado esse prazo a empresa não tiver tomado medidas suficientes para que a ação volte a ser negociada acima de R$ 1,00, a B3 suspende as negociações dos papéis, em um processo que pode levar até a deslistagem da companhia. Normalmente, as empresas optam pelo agrupamento de ações depois que são notificadas, o que permite diminuir os papéis em circulação e aumentar o seu preço.
Às 16h09 (horário de Brasília), as
ações ordinárias da Oi (OIBR3), que têm maior liquidez, caíam 26%, a R$ 0,74, enquanto as preferenciais (OIBR4), recuavam 12,80%, a R$ 1,09. Se encerrarem em baixa hoje e neste patamar, as ações ordinárias totalizarão oito pregões consecutivos de quedas, com uma perda de 53,16%.
A queda dos papéis se acentuou no último dia 15, depois da divulgação do balanço da companhia, que teve prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre, e em meio a rumores de que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) poderia intervir na operadora. Também teria aumentado a pressão para a saída do presidente da companhia, Eurico Teles, depois que a gestora GoldenTree Asset Management, uma das maiores acionistas da Oi, teria pedido ao conselho de administração a nomeação de um novo presidente.
Para o sócio da RJI Gestão e Investimentos, Rafael Weber, a combinação de uma alta alavancagem, com problemas de gestão e um preço baixo do papel, é “um prato cheio para movimentos especulativos”, o que potencializa a queda das ações da Oi. “O valor muito baixo de uma ação gera uma situação ruim para os investidores, chama mais especulação, por isso, a B3 evita que isso aconteça e a Oi pode ter que fazer um agrupamento de ações”, afirmou.
O analista da Necton Corretora, Márcio Gomes, destaca que o principal gatilho para que os papéis possam deixar de serem negociados abaixo de R$ 1,00 é o Projeto de Lei Complementar (PLC) 79-2016, que cria um novo modelo para o setor de telecomunicações no Brasil, que pode permitir o destravamento de investimentos ao desobrigar as operadoras de algumas metas como manutenção de orelhões. O PLC está parado há meses em uma comissão do Senado.
Fonte: ADVFN
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