segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Bitcoin perto dos US$ 12.000. Como explicar essa alta?

Bitcoin perto dos US$ 12.000. Como explicar essa alta?



Foto: Shutterstock
Depois de uma semana turbulenta com correções de preço, o Bitcoin está beirando os US$ 12.000 novamente. Mas o que explica esse movimento de alta que ocorreu nas últimas horas de domingo?

Indicadores

Na verdade, a alta começou ainda no final da semana passada, com um indicador de alta que chamamos de “Golden Cross”. Ele representa o cruzamento das médias móveis de 50 e 200 períodos no gráfico de 3 dias. Isso quer dizer que a força de compra no curto prazo está superando a tendência do longo prazo.
Com a retomada da força de compra, o Bitcoin foi capaz de retornar e se manter acima dos US$ 10.500 durante todo o final de semana. Mesmo com essa recuperação, os indicadores não indicaram exaustão.
O Índice de Força Relativa marcava 67 pontos com o Bitcoin a US$ 10800, o que era bem longe de uma sobrecompra. Além disso, não havia resistências de preço até US$ 11700, o que facilitou a subida do Bitcoin.

Tradewars e corte de juros

No entanto, os indicadores apenas mostram uma face da moeda. O que acontece de fato é uma deterioração da economia global. Jerome Powell, chairman do FED (Bacen dos EUA), sinalizou que a economia americana precisava de um fôlego extra com um corte de juros, o primeiro em 11 anos.
Corte de juros torna o crédito mais barato, o apetite pelo risco cresce e a economia pode ficar estimulada em um primeiro momento. No entanto, se isso é feito de forma extensa, eventos da magnitude da bolha imobiliária de 2008 batem à porta para lembrar que a conta um dia pode chegar.
Do outro lado do pacífico temos a China declaradamente desvalorizando o Yuan para aumentar a competitividade de suas exportações agrícolas, o que é um claro movimento contra os EUA. Não por coincidência, o Bitcoin atravessou a barreira dos US$ 11.000 na mesma hora em que o governo Chinês desvalorizou sua moeda.
O dólar está cotado a 7,03 Yuans (moeda chinesa), o maior patamar desde 2008. Coincidentemente, a China também estava em Guerra Comercial com os Estados Unidos 11 anos atrás.
Essa desvalorização cambial aumenta a tensão entre os dois países e dá mais combustível para a Guerra Comercial com os Estados Unidos. Donald Trump provavelmente fará retaliações, o que causa ainda mais volatilidade nos mercados internacionais.
Em meu artigo anterior, publicado aqui no Portal do Bitcoin, defendo o Bitcoin como um ativo antifrágil. Ou seja, ele é um ativo que aprecia e se beneficia a volatilidade da economia. Segue um trecho do meu texto:
“Ativos antifrágeis se beneficiam do caos provocado por esses eventos extremamente impactantes, apresentado mais ganhos mediante maior estresse econômico. Note que, ao mencionar ganhos, me refiro àquelas valorizações exponenciais que presenciamos no Bitcoin com o passar dos anos. É assim que chegamos ao Bitcoin, que certamente apresenta muitas dessas características. “

Mercado de ações

Com essas notícias, as bolsas europeias caíram quase 2%, enquanto os futuros dos EUA apontaram para um declínio de mais de 1% na abertura.
As ações asiáticas caíram para o menor nível em seis meses, enquanto o índice Hang Seng liderou as perdas na região, com Hong Kong entrando na nona semana de protestos, incluindo uma greve em toda a cidade, a primeira em mais de 50 anos.
A ameaça de Trump de aumentar as tarifas sobre produtos chineses fez com que o S&P 500 fechasse na última sexta-feira com seu pior desempenho semanal, uma queda de 3,1%.
O Nasdaq também caiu 3,9%, o maior declínio semanal em 2019, enquanto o índice Dow acumulou uma queda de 2,6%, o segundo pior do ano.

Fonte: João Paulo Oliveira – Fundador da Nox Bitcoin

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