sábado, 24 de agosto de 2019

Entenda por que as pessoas estão investindo em ouro

Metal está em alta no Brasil e no mundo; apostar na commodity é uma boa para investidores que buscam segurança em um momento de possível 






barra de ouro
shutterstock
Por suas propriedades naturais e raridade, o ouro é uma commodity segura para quem não quer arriscar dinheiro
No mês de agosto, o ouro atingiu o maior preço dos últimos 20 anos no Brasil: de janeiro pra cá, a onça troy (Oz, unidade de medida que representa 31 gramas e é usada para o metal) subiu 22% em Real. Uma Oz custa, nesta sexta-feira (23), cerca de R$ 6.256,59.
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No mercado internacional, a situação também chama atenção: a onça troy chegou a valer mais de US$ 1.500, em agosto - valor mais alto desde abril de 2013.
Mas por que o ouro é tão caro? A questão pode ser respondida só pela avaliação da matéria prima. Por ser o metal mais maleável e não corroer, o ouro é quase indestrutível. Além disso, é encontrado em estado puro na natureza e sua beleza e brilho raros chamam atenção. 
Contudo, essa não é a principal razão pela qual os compradores estão voltando a buscarem por essa commodity .  O medo de uma nova crise global foi o que motivou os investidores a correrem para o ouro . Isso porque o metal é visto como um ativo seguro e uma boa aposta para quem quer se proteger em momentos turbulentos, já que seu valor tende a movimentar-se diferentemente das ações e títulos de dívida.
“O ouro é um investimento de proteção. A valorização atual está acontecendo por causa do cenário de crise mundial”, afirma o consultor de investimento da Invest Smart Renato Naves.
Segundo ele, outro motivo que ajudou na valorização do metal é a desvalorização das moedas. “Muitos países estão baixando as taxas de juros e isso faz com que as moedas percam valor. Eles [os países] estão fazendo isso para incentivar os investimentos”.
Para se ter ideia da desaceleração no mercado global, alguns países da Europa como Alemanha estão com a taxa de juros negativa, ou seja, investidores estão recebendo menos do que se foi gasto. Nos EUA, a taxa para títulos de 30 anos ficou abaixo de 2% pela primeira vez.
A China também desvalorizou o yen, o que tem contribuído para reações negativas nas bolsas de valores de todo o mundo.

É o momento de investir em ouro?

A instabilidade favorece o mercado do ouro, geralmente valorizado em momentos de crise econômica, como o que pode estar por vir.
“A chegada de uma crise global é possível, muitos analistas e indicadores apontam para isso, mesmo com a economia dos Estados Unidos aquecida. Algumas economias europeias estão desacelerando e a própria China, por causa da guerra comercial com os EUA , está crescendo menos do que antes. Isso não significa que a crise vai acontecer mesmo, é preciso esperar. Mas a ameaça existe”, analisa Naves.
Ele acredita que, no Brasil, mesmo com as reformas aprovadas no Congresso e “uma linha ascendente na economia”, tem chances de sentir a crise, mas de maneira menos intensa. “Ela seria ruim para nós também”, avalia.
Tendo em vista esse cenário, o ouro pode, sim, ser um bom investimento para os mais conservadores. Por não sofrer com a liquidez, a commodity , que tem cotação internacional e é aceita em qualquer lugar, parece ser uma boa opção para quem não quer arriscar: “Ele é uma boa alternativa nesse momento para grandes investidores se protegerem, uma reserva segura”.
“Com a desvalorização das moedas, o ouro passa a valer mais porque o dinheiro está sujeito a atuação do mercado e dos governos, o ouro não. O ouro vale muito porque as pessoas reconhecem aquele bem como valioso, ele é tangível, por isso é tão seguro”, explica.

De acordo com o especialista, para investir em ouro não é preciso ter muito dinheiro, existem fundos de ouro a partir de R$ 500. Mas vale a pena lembrar que o metal não tem, historicamente uma rentabilidade muito boa. “Agora a rentabilidade aumentou por causa da instabilidade. Quem está começando a investir tem outras opções. Algumas pessoas podem comprar ouro para especular, mas aí não é investimento, é especulação”, pondera.


Fonte: Economia - iG

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