Turmalina Paraíba, uma das gemas mais caras do mundo, pode estar se transferindo para a África
Por Pedro Jacobi | |
Talvez você, como muitos, já deve ter se perguntado, em algum momento de sua vida - afinal, o que é essa tal de Turmalina Paraíba e por que ela é uma das gemas mais caras do mundo?
A resposta, é lógico, está na sua raridade e beleza. Uma das características dessa gema é a sua cor brilhante, vívida, quase um neon que só é salientada após a lapidação.
Do ponto de vista técnico ela é uma variedade cuprífera de elbaíta, uma variedade de turmalina cuja fórmula é Na(Li,Al)3Al6B3.Si6O27(OH,F)4. O nome Paraíba vem da primeira localidade onde essa turmalina foi descoberta.
Segundo a lenda a turmalina Paraíba foi descoberta por Heitor Dimas Barbosa em 1981. Heitor passou anos escavando um pegmatito próximo da Vila S. José da Batalha, acreditando que debaixo do morro chamado Paraíba existia algo diferente.
Somente em 1989, Heitor conseguiu o primeiro lote de pedras de qualidade. As cores eram extraordinárias nunca vistas antes em nenhuma outra turmalina: estava descoberta uma das gemas mais preciosas do mundo.
As cores são variadas, mas a clássica é o azul neon cor gerada pelo conteúdo de cobre do manganês na estrutura cristalina da turmalina.
A cor e seu brilho extraordinário são realçados após a lapidação e pelo aquecimento. O aquecimento da turmalina é feito para que a cor alcance o seus tons mais vívidos, a sua principal característica.
As Turmalinas Paraíba brasileiras são raras e, geralmente, pequenas. As estatísticas mostram que são necessárias 2.000 toneladas de material para produzir 40 quilates. O que é pior, aa minas brasileiras já estão praticamente exauridas.
O preço do quilate varia de acordo com a cor, tamanho, transparência, ausência de inclusões e lapidação. Em geral é comum ver preços acima de US$10.000 por quilate em pedras de bom tamanho.
No entanto uma nova descoberta está fazendo as Paraíbas mudarem de continente...
A Paraíba na África:
Mais recentemente, em 2001, foram descobertas turmalinas “Paraíba”na Nigéria e em Moçambique. Essas novas descobertas geraram muitas polêmicas sobre o termo Paraíba. Os gemólogos estavam propensos a chamar a gema de Elbaíta Cuprífera. Mas em 2006 foi decidido que todas as turmalinas tipo elbaita com cobre deveriam ser chamadas de Turmalinas Paraíba ou tipo Paraíba.
As turmalinas vindas da África não podem ser diferenciadas das brasileiras. Somente com estudos químicos foi possível identificar a “digital química” destas turmalinas que realmente tem alguns elementos traços um pouco diferentes.
O que, no entanto, preocupa é que as Paraíbas africanas são muito maiores do que as brasileiras e podem ser produzidas em maiores quantidades o que vai acabar afetando os preços do quilate. Aqui é raro uma Turmalina Paraíba com mais de cinco quilates enquanto que na África estão surgindo várias acima de dez quilates sendo que é de Moçambique a maior Paraíba lapidada do mundo (foto).
Fonte: Portal do Geólogo
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