terça-feira, 22 de outubro de 2019

Ibovespa sobe mais de 1% e fecha aos 107 mil pontos

Ibovespa sobe mais de 1% e fecha aos 107 mil pontos



Reuters - 22/10/2019 - 17:48
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,28%, a 107.381,11 pontos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)
Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta terça-feira, renovando marca histórica acima de 107 mil pontos, favorecido pela expectativa de aprovação final da reforma da Previdência no Congresso e com as ações de bancos e da Petrobras entre os principais suportes positivos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,28%, a 107.381,11 pontos, perto da máxima da sessão, de 107.420,73 pontos. O volume financeiro somava 16,67 bilhões de reais.
A perspectiva de aprovação no Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda as regras de acesso às aposentadorias respaldou a trajetória de alta do Ibovespa, com agentes de mercado chamando a atenção para o potencial transformacional à economia.
XP Investimentos ainda destacou que, superada esta etapa, o foco passará a outras pautas tão ou mais importantes que a previdência, como reformas tributária e administrativa, além de pautas microeconômicas e setoriais, como a agenda de privatizações, o leilão da cessão onerosa, entre outros.
O viés otimista para as ações brasileiras ainda encontrou de pano de fundo o IPCA-15 nesta terça-feira, que reforçou o prognóstico de novos cortes nos juros no Brasil, embora acima do esperado, o que motivou ajustes nos contratos de DI.
Investidores também estão na expectativa da temporada de resultados de terceiro trimestre das empresas brasileiras, com a agenda desta semana contemplando os números das gigantes Petrobras e Vale, entre outros nomes com relevante peso no Ibovespa.
O diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, também acrescentou que, apesar de superar os 107 mil pontos pela primeira vez, “o Ibovespa ainda está distante das máximas em dólar, o que o torna atrativo aos estrangeiros, que ainda estão afastados da bolsa paulista”.
No exterior, o norte-americano S&P 500 fechou com variação negativa de 0,36%, (Imagem: Bloomberg)
O recorde intradia do Ibovespa em dólar é de 45.150,49 pontos, registrada em maio de 2008. Na máxima desta sessão, o Ibovespa chegou a 26.417,27 pontos. No fechamento, a pontuação em dólares foi de 26.331,16.
Spyer afirmou ver o Ibovespa buscando 124 mil pontos no fim deste ano e alcançando 150 mil pontos na metade de 2020, conforme a pauta econômica do governo avançar e o estrangeiro voltar. Até o último dia 18, o saldo de estrangeiros no segmento secundário estava negativo em 32 bilhões de reais em 2019.
Lisa Shalett, da área de gestão de fortunas do Morgan Stanley, elencou em nota publicada no Twitter fatores que podem beneficiar ações de fora dos EUA, entre eles perspectivas de um acordo comercial EUA-China e mais alívio monetário pelo Fed, catalisadores especialmente a emergentes.
No exterior, o norte-americano S&P 500 fechou com variação negativa de 0,36%, mas manteve-se próximo da máxima histórica de 3.027,98 pontos do final de julho, com resultados corporativos nos Estados Unidos ajudando a aliviar preocupações sobre os efeitos da guerra comercial Washington-Pequim.
O ânimo em Wall Street arrefeceu depois que parlamentares britânicos rejeitaram o cronograma de ratificação do acordo do Brexit, na sequência de votação favorável à segunda leitura do acordo do processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Na máxima, o S&P 500 chegou a 3.014,57 pontos.

Destaques

– Itau Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançaram 3,1% e 2,85%, respectivamente, acelerando os ganhos no final do pregão contaminados pelo clima positivo no pregão como um todo. Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) valorizaram-se 2,1% e 3,6%, respectivamente.
– Petrobras (PETR4) subiu 2,9% e Petrobras (PETR3) avançou 3%, encontrando respaldo na alta dos preços do petróleo no exterior, além de expectativas para o resultado da companhia, previsto para a quinta-feira. Analistas do Credit Suisse citaram que a companhia tinha tudo para apresentar um terceiro trimestre fantástico, mas o forte aumento de produção tende a ser compensado pela queda nos preços médios do petróleo Brent no período. Eles também esperam alguns efeitos não recorrentes, mas ressaltaram que a desalavancagem deve ser um dos principais pontos positivos, conforme relatório a clientes nesta terça-feira.
– Yduqs (YDUQ3), fechou com elevação de 5,1%, ainda embalada pelo anúncio da véspera, de aquisição do grupo de ensino superior privado Adtalem Brasil, dono do Ibmec, que analistas consideraram ‘transformacional’.
– Gol (GOLL4) avançou 6%, apoiada por queda forte do dólar ante o real. A Eleven Financial estima que, no terceiro trimestre, a aérea deve apresentar rentabilidade com maiores preços de passagens nas rotas antigamente operadas pela Avianca. “A tendência de aumento na tarifa média poderá ser mantida no curto prazo, dado que empresas ‘low cost’ estão operando rotas internacionais”, publicou a casa de análise no Twitter. Azul (AZUL4) subiu 3,2%.
– Vale (VALE3) fechou com oscilação positiva de 0,2%, um dia após anunciar que suspendeu temporariamente operações na barragem de rejeitos de Itabiruçu, localizada no Complexo de Itabira (MG), enquanto conduz avaliações sobre a estrutura. A mineradora ainda ajustou o intervalo do guidance de vendas. Analistas do Itaú BBA consideraram os anúncios neutros do ponto de vista de volumes, mas ligeiramente positivo para preços – visão endossada pela alta nos futuros de minério de ferro na China nesta sessão.
– Braskem (BRKM5) caiu 2,2%, destaque na ponta negativa. A petroquímica anunciou nesta terça-feira oferta em dinheiro por 2 bilhões de dólares em títulos com vencimentos entre 2021 e 2023. Analista do Safra também reiterou recomendação ‘neutra’ para as ações, citando principalmente os níveis contínuos de spread de petroquímicos atualmente nas mínimas do ciclo, além de fatores negativos enfrentados pela empresa. O preço-alvo para o final de 2020 foi ajustado a 34,5 reais, de 36,9 reais para o final de 2019.

Fonte: MONEY  TIMES

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