O que os tubarões da Bolsa sabem e você não? Cálculo revela os rastros dos “insiders”
A temporada de resultados das empresas de capital aberto chegou. Este é o momento em que os investidores podem, enfim, saber a situação real daqueles pedacinhos de empresa que possuem no bolso.
Mas como saber se as ações irão se movimentar com base nestes números? O que acontece, muitas vezes, é que estas flutuações já acontecem muito tempo antes. Afinal, a compra e venda de ativos é, para quase todo mundo, uma aposta sobre o que vai acontecer no futuro.
Seria ingênuo, contudo, acreditar que nenhuma informação do dia a dia da companhia é vazada para o público. Muitas vezes, o vaivém de mercadorias, fornecedores e funcionários deixa um rastro de informações para trás. E, claro, também há atuação dos “insiders”. Aqueles que usam estes dados de maneira criminosa.
Fica assim clara a importância de analisar o comportamento do mercado, principalmente entre a divulgação dos últimos resultados, até os dias que antecedem a publicação dos próximos balanços.
O Credit Suisse fez este trabalho e revelou em um relatório obtido pelo Money Times e publicado nesta sexta-feira (18) algumas ações que deixaram rastros importantes.
“Até o final da segunda semana do mês passado, as empresas da América Latina divulgaram os balanços do segundo trimestre de 2019, iniciando o período de silêncio de quatro semanas que acaba hoje antes dos resultados do terceiro trimestre”, pontua o analista Pablo Cossaro.
Ele criou um cálculo que ajuda a, na ausência de prévias dos números, usa as revisões das projeções de lucros nestas quatro semanas para identificar dicas sobre o desempenho recente de cada empresa. Foram analisadas aproximadamente 240 ativos.
Cossaro identificou que o comportamento das ações dos frigoríficos JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) indicam um resultado provavelmente bom. Ainda no setor de alimentos, a BRF (BRFS3) – dona das marcas Sadia e Perdigão – e M. Dias Branco – fabricantes de alimentos prontos como o macarrão Adria – também chamam a atenção.
A lista continua com a produtora de açúcar e etanol São Martinho (SMTO3) e a administradora de terrenos agrícolas SLC Agrícola (SLCE3). Os papéis da petroquímica Braskem (BRKM5) e da produtora de painéis de madeira e materiais de revestimento Duratex (DTEX3) também são destacadas.
Em menor escala, a Kroton (KROT3), Ser Educação (SEER3) e Yduqs (YDUQ3) marcam presença.
E a Petrobras?
A atuação dos investidores nas últimas semanas revela que o mercado projeta um bom desempenho para a Petrobras (PETR4), indica o Credit Suisse.
A Cosan (CSAN3), que produz etanol, açúcar, além de gerir os postos Shell, também está em posição de destaque.
Sinais ruins
Por outro lado, os investidores deveriam evitar as ações das produtoras de papel e celulose Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), da gestora de universidades Ânima Educação (ANIM3) e da Ultrapar (UGPA3), que é a dona dos postos Ipiranga.
Sobre a Ânima, o banco pontua que “a consolidação nesta indústria não impediu que as empresas publicassem quedas sequenciais em seus indicadores de retorno sobre o capital investido. Além disso, o momento para os resultados continua ruim. A Ânima é a pior delas”.
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